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O que é um paciente com deficiência imunológica?

Pessoas que têm problemas no sistema de defesa do corpo, chamado sistema imunológico, podem ter mais chances de ficar doentes devido a infecções. 

A alteração do sistema imunológico (também conhecida como "imunodeficiência") pode ser primária (genética) ou secundária, devido a doenças ou tratamentos que afetam a imunidade (por exemplo, HIV, tumores malignos, radioterapia ou certos medicamentos). Isso aumenta o risco de infecções, mas muitas são evitáveis com vacinas.1

Quais vacinas são recomendadas para pessoas com deficiências imunológicas?

Pessoas com imunodeficiência, como em casos de alterações no baço ou anemia falciforme, são mais suscetíveis às infecções, principalmente as causadas por pneumococo, portanto, as vacinas pneumocócicas são altamente recomendadas para esses pacientes. Se o baço de uma pessoa precisar ser removido por algum problema médico, é sugerido administrar vacinas contra pneumococo, meningococo e Haemophilus influenzae (gripe) pelo menos 14 dias antes do procedimento (se isso não for possível, sugere-se aplicá-las posteriormente, quando a pessoa estiver clinicamente estável).1 

O risco de infecção por meningococo também aumenta em pessoas com infecção por HIV, anemia falciforme ou alterações em um componente do sangue denominado “complemento”; nesses casos, as vacinas contra meningite são indicadas como medida preventiva. As vacinas contra meningococo denominadas “do grupo B” são indicadas para pessoas entre 10 e 25 anos com problemas de baço ou no complemento.1 

O vírus do herpes zóster também é mais frequente em casos de imunodeficiência, mas como muitos adultos têm proteção parcial, a vacinação geralmente não é recomendada, exceto em casos especiais.1 

No caso específico de pessoas que recebem transplante de células-tronco hematopoéticas, é necessário administrar novamente todas as vacinas recebidas antes do procedimento, além das vacinas contra pneumococo, meningococo e gripe.1 

É importante que não apenas a pessoa com imunodeficiência receba as vacinas indicadas, mas também que seus familiares e outras pessoas de convívio próximo sejam imunizados de forma adequada, de acordo com sua idade. Para eles, também é indicada a vacinação anual contra a gripe.1

É seguro e eficaz administrar vacinas em pessoas com imunodeficiência?

Todas as vacinas inativadas (aquelas que incluem microrganismos mortos e aquelas fabricadas com tecnologia recombinante ou polissacarídica) são seguras para administração em pessoas com imunodeficiência. Contudo, a eficácia da vacinação pode ser reduzida em alguns casos, por exemplo durante a quimioterapia ou radioterapia, assim, deve ser evitada nestes períodos (pois a resposta de anticorpos pode não ser suficiente, com exceção da vacina inativada contra a gripe). Antes de iniciar o tratamento com quimioterapia ou radioterapia, sugere-se que a pessoa receba todas as vacinas necessárias, a critério do médico. Se uma pessoa foi vacinada e dentro de 14 dias inicia uma terapia que altera a imunidade, deve ser considerada não vacinada e aplicar uma nova dose pelo menos três meses após interromper a terapia e restaurar as defesas. Isto inclui pessoas com leucemias, linfomas ou outros tumores, quando estes estão sob controle e pessoas que recuperaram a imunocompetência.1

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Quais vacinas não são recomendadas em pacientes imunocomprometidos?

De acordo com o tipo de imunodeficiência, algumas vacinas podem ser contraindicadas, por exemplo: 

  • Deficiência de linfócitos B: vacinas vivas de poliomielite, tuberculose, febre amarela ou dengue; 
  • Deficiência de linfócitos T: vacinas compostas de organismos vivos; 
  • Síndromes de deficiência fagocítica: vacina tríplice viral, varicela, poliomielite ou tuberculose vivas, varíola, febre tifoide, dengue, febre amarela e bacterianas.1
Glossário
  • Células-tronco hematopoéticas: são células que podem se renovar sozinhas e se transformar em diferentes tipos de células do sangue e do sistema imunológico.2 
  • Síndromes de deficiência fagocítica: nessas síndromes, as células fagocíticas (responsáveis pela imunidade) não funcionam corretamente, o que pode levar a infecções frequentes e graves, além de outros problemas de saúde.3 
  • Tecnologia recombinante: essa tecnologia permite pegar um “pedaço” do DNA e combiná-lo com outro, produzindo muitas cópias de diferentes combinações genéticas.4 
  • Tecnologia polissacarídica: as vacinas polissacarídica são vacinas que possuem uma “capa” de polissacarídeos para aumentar a resposta do sistema imunológico e gerar uma eficácia de longa duração.5 
Referências Bibliográficas
  1. Centros para el Control y la Prevención de Enfermedades. Recomendaciones y Guías de Vacunación del Comité Asesor de Prácticas de Inmunización. Sección Inmunocompetencia alterada. Acesso em: abr. 2023. Disponível em: Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) General Best Guidance for Immunization - Altered Immunocompetence (cdc.gov). 
  2. SILVA JUNIOR, Francisco C.; ODONGO, Fátima C. A; DULLEY, Frederico L. Células trono hematopoéticas: utilidades e perspectivas. Revista Brasileira de Hematologia, v. 31, maio 2009. Acesso em 25 mar. 2024. Disponível em: SciELO - Brasil - Células-tronco hematopoéticas: utilidades e perspectivas Células-tronco hematopoéticas: utilidades e perspectivas. 
  3. JÚNIOR, Pérsio Roxo. Imunodeficiências primárias: aspectos relevantes para o pneumologista, Jornal Brasileiro de Pneumologia, v.35, out. 2009. Acesso em 25 mar. 2024. Disponível em: SciELO - Brasil - Imunodeficiências primárias: aspectos relevantes para o pneumologista Imunodeficiências primárias: aspectos relevantes para o pneumologista. 
  4. OS PRINCÍPIOS da clonagem molecular: DNA recombinante. Kasvi, São José dos Pinhais [s. d.]. Acesso em 25 mar. 2024. Disponível em: Os princípios da clonagem molecular: DNA recombinante (kasvi.com.br). 
  5. COLICHIO, Gabriela Borges C. Comparação da imunização com a vacina conjugada polissacarídica e com antígenos proteicos no controle da co-colonização por Streptococcus pneumoniae. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) - Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 10-13. 2020.

PP-UNP-BRA-4818