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Como conviver com quem tem Alzheimer?

Saber que um ente querido tem Alzheimer pode ser assustador em um primeiro momento, mas, com conhecimento, paciência, amor e planejamento, é possível conviver bem e garantir uma melhor qualidade de vida para quem enfrenta a condição.1

Como cuidador de uma pessoa com Alzheimer, você tem o papel de ajudá-la a se organizar e fazer planos para o futuro, evitando ansiedade e estresse desnecessários em vista da progressão da doença e de seus sintomas.1

Pensando nisso, a seguir, vamos mostrar algumas dicas que podem auxiliar no cuidado com quem tem a doença, priorizando sua autonomia e independência na execução dos afazeres.2

Crie e organize uma nova rotina

As pessoas com a doença de Alzheimer podem enfrentar desafios com a memória e a atenção, o que pode tornar o gerenciamento das tarefas mais difícil. No entanto, com o apoio e a organização da família, é possível criar uma rotina que traga conforto e segurança.1, 2

Manter instruções e informações importantes acessíveis para todos os cuidadores, por exemplo, é um dos passos essenciais para garantir um cuidado contínuo e eficaz.2 

Além disso, é importante lembrar que o cuidado não precisa ser responsabilidade de uma única pessoa. Compartilhar as tarefas entre familiares e amigos não só alivia a carga do cuidador principal, como também aumenta a segurança e o bem-estar da pessoa com a doença.2

Juntos, podemos criar um ambiente de amor e apoio, onde todos se sintam valorizados e cuidados.

Reúna informações e documentos

É recomendado que mantenha uma cópia dos documentos importantes na casa do(a) paciente. Também é indicado que familiares, amigos ou pessoas de confiança tenham uma cópia desses documentos em suas casas.2

Os documentos que precisam de cópias e devem ser guardados em segurança são:2

  • Nomes e contatos de familiares e/ou amigos em casos de emergência;
  • Nomes e contatos dos profissionais de saúde que auxiliam o(a) paciente, de preferência informando a especialidade e a frequência que o(a) atende;
  • Lista de medicamentos, contendo prescrições de dosagem e horário a serem ministrados;
  • Cópias de documentos de identificação autenticadas (RG, carteira de saúde do SUS ou de convênio de saúde, se tiver);
  • Telefones e endereços de serviços de emergência (hospitais, ambulância, bombeiro, polícia, entre outros). 

Atente-se à segurança

À medida que a pessoa perde gradualmente a capacidade de cuidar de si mesma, é essencial que os cuidadores observem suas tarefas diárias para identificar dificuldades e traçar estratégias que garantam sua segurança.2

Embora os relatos do paciente possam não refletir com precisão suas habilidades, a proximidade e a observação atenta permitem adaptar o ambiente e oferecer o suporte necessário, mantendo a autonomia do(a) paciente o máximo possível. Estar presente e observar sem interferir pode ser uma maneira eficaz de proteger e apoiar o ente querido.2 

É importante considerar os seguintes riscos:2

Queda

Recomenda-se evitar ambiente com muitas escadas, assim como a instalação de barras de segurança e redes de proteção nas janelas. Ainda é fundamental retirar tapetes, deixar caminhos livres de obstáculos e usar piso antiderrapante em áreas molhadas.2

A escolha de sapatos baixos com solados rugosos que não escorreguem também é prudente.

Vazamento de gás

O vazamento de gás pode provocar desmaios e até complicações neurológicas. Para evitar que isso aconteça, você pode colocar uma trava de gás, bem como um fogão que conta com o travamento automático.2 

Intoxicação por substâncias

Para evitar que haja intoxicação pela ingestão de qualquer tipo de substância, é essencial que deixe os medicamentos ou produtos tóxicos longe do alcance de pacientes, especialmente idosos.2 

Objetos cortantes

Esses objetos merecem uma atenção redobrada. Não se esqueça de monitorar o uso de lâminas e de itens de cozinha que possam causar cortes e ferimentos.2 

Saídas para a rua

Os ambientes públicos exigem agilidade e cuidados extras. Podem ser propícios para quedas, violências e desorientações.2

Em primeiro lugar, a família ou uma pessoa de confiança precisa se certificar de que o(a) paciente tem condições de ir sozinho(a) a algum lugar ou é ideal que vá acompanhado(a) de outra pessoa.2

Além do mais, para diminuir as chances de que o(a) paciente se perca ao sair pelas ruas, é indicado que carregue uma identificação, com informações de telefones de contato e endereço atualizadas.2

Condução de veículos

Se o paciente apresentar dificuldades para guiar um carro, será preciso encontrar a melhor forma de agir, fazendo com que ele deixe de dirigir aos poucos ou imediatamente. Algumas sugestões são guardar as chaves do carro em um lugar seguro e indicar outro meio de transporte, justificando seus benefícios.2 

Como lidar com as alterações do comportamento de uma pessoa com Alzheimer?

É comum que a pessoa apresente comportamentos diferentes ou que se intensifiquem características pré-existentes. É importante informar o médico e a equipe de cuidado sobre essas mudanças, pois podem ser tratadas com medicamentos ou com estratégias multidisciplinares.3

A pessoa com Alzheimer pode se tornar mais sensível ao ambiente emocional. Portanto, manter uma comunicação harmoniosa e evitar conflitos é essencial para o bem-estar de todos. Além disso, é importante incluir o(a) paciente nas conversas, mesmo que pareça ausente, para evitar frustrações.

Outras mudanças podem ser percebidas ao longo do tempo, como: 

Insônia

Sincronizar os ciclos de sono e criar um ambiente repousante pode ajudar a regular o sono. É importante evitar, sempre que possível, os cochilos diurnos.3 

Delírios

Podem ocorrer episódios de delírio em que a pessoa sente que está sendo perseguida ou que alguém deseja lhe prejudicar. Nesses casos, você pode explicar calmamente a realidade. Se isso não funcionar, é melhor não insistir.3 

A ajuda médica deve ser procurada se os delírios se tornarem mais frequentes e a pessoa ficar agressiva. O profissional de saúde poderá indicar a melhor maneira de contornar essa situação.3 

Alucinações

Nas fases avançadas, alucinações podem ocorrer. É fundamental que não discuta sobre a veracidade do que a pessoa está relatando e identifique os possíveis fatores que desencadearam essas alucinações. Você ainda pode tentar acalmá-la e confortá-la.3 

Agressividade

Aa pessoas com a doença de Alzheimer podem manifestar raiva, agitação e agressividade. Para acalmá-las, tente utilizar algo agradável, como uma imagem bonita ou sua música favorita. Se a agressividade persistir ou aumentar, contate o médico responsável o quanto antes.3 

Depressão

Pode acontecer da pessoa se tornar introspectiva e perder o interesse em atividades. Por isso, inclua o(a) paciente em atividades e conversas familiares e observe seus hábitos alimentares e de sono.3 

Não espere a melhora espontânea. Existem tratamentos disponíveis que podem ajudar a diminuir o sofrimento.3

Quais as funções cognitivas alteradas pela doença de Alzheimer?

Além das alterações de comportamento, quem tem Alzheimer pode sofrer com alguns problemas cognitivos, perdendo funções mentais. Abaixo, conheça as principais mudanças que podem acontecer.3

Perda de memória recente

É normal que o(a) paciente se esqueça de eventos em que participou ou até onde guardou algum objeto. Se não tiver condições de registrar uma nova informação, não adianta dizer que o fato acabou de acontecer. Isso não fará com que a memória seja recuperada e poderá gerar frustrações.3

O ideal é descobrir os esconderijos favoritos da pessoa e manter cópias de documentos e itens importantes, como chaves.3

Perda de atenção ou concentração

É bastante comum as pessoas com a doença de Alzheimer interromperem a fala ou uma ação por não saberem como continuar ou se esquecerem do que estavam fazendo. Nessa situação, você pode falar de maneira pausada, selecionando um assunto por vez e mantendo o contato visual.3

Desorientação no tempo

É possível que exista uma desorientação em relação ao tempo, como a confusão com datas e horários. Diante dessas dificuldades é recomendável usar agendas, alarme e calendários que auxiliem na organização. Também é interessante monitorar as atividades programadas a fim de cumprir os compromissos.3 

Desorientação espacial

Inicialmente ocorre em ambientes menos conhecidos. No entanto, dependendo da evolução da doença, o(a) paciente pode ter dificuldade de se orientar dentro de sua casa.3

Por isso, não deixe que a pessoa com desorientação espacial saia sozinha. Ela pode se perder e não conseguir retornar, ficando mais vulnerável e se expondo a mais riscos.3

Lembre-se sempre!

Manter a independência e a autonomia do(a) paciente com Alzheimer pelo maior tempo possível é essencial. Embora possa ser tentador fazer as tarefas por ele(a), é importante permitir que tente e participe o máximo que puder. Você pode oferecer ajuda enquanto observa sua segurança e capacidade.3

Permita que a pessoa faça as tarefas sozinha, ajude apenas nas etapas necessárias e envolva-a em atividades de maneira que ela se sinta útil e valorizada. Supervisione e auxilie apenas quando for indispensável, garantindo sua segurança e bem-estar. Isso ajuda a manter a autoestima e a utilizar seus recursos disponíveis de forma positiva.3

O que fazer para melhorar a vida de uma pessoa com Alzheimer?

Não se esqueça de que pequenas ações podem fazer com que a rotina de cuidados de uma pessoa que tem Alzheimer seja mais leve. Algumas delas incluem:1

  • Informar-se sobre o Alzheimer, tendo conhecimento para antecipar necessidades e cuidados para cada fase da doença; 
  • Criar um ambiente acolhedor e seguro, capaz de diminuir os riscos de quedas e ferimentos leves e graves;
  • Manter uma rotina diária organizada, a fim de reduzir episódios de confusão e irritabilidade do(a) paciente;
  • Estimular a mente e o corpo da pessoa com Alzheimer, o que pode melhorar sua autonomia e independência;
  • Cuidar de quem cuida, uma vez que a convivência com a doença pode ser exaustiva.

Com essas dicas, você pode melhorar a qualidade de vida de uma pessoa com Alzheimer e garantir seu bem-estar. Você também pode conversar com profissionais de saúde sobre outras maneiras de estimular a autoestima e a independência do(a) paciente.

Referências Bibliográficas
  1. Alzheimer's Association. Early-Stage Caregiving. Disponível em: Early-Stage Alzheimer's & Dementia Caregiving | alz.org. Acesso em: 22 out. 2024.
  2. Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). Acompanhamento cotidiano. Disponível em: Acompanhamento cotidiano – ABRAz. Acesso em: 22 out. 2024. 
  3. Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). Lidando com os sintomas. Disponível em: Lidando com os sintomas – ABRAz. Acesso em: 22 out. 2024.

PP-UNP-BRA-5813