
Fibrilação atrial: sintomas, causas e tratamentos
Conheça mais detalhes sobre a fibrilação atrial, um dos tipos mais comuns de arritmia cardíaca.
O que é fibrilação atrial?
A fibrilação atrial é o tipo mais comum de arritmia cardíaca, podendo acontecer de maneira esporádica ou permanente. A arritmia se caracteriza pela irregularidade no batimento do coração, podendo ser lento ou muito rápido.1
Nessa condição de saúde, os batimentos dos átrios (câmaras superiores do coração) são irregulares, interferindo diretamente no fluxo sanguíneo para os ventrículos (câmaras inferiores).1
A fibrilação atrial pode trazer inúmeras complicações ligadas ao coração. Ela aumenta os riscos de uma pessoa ter insuficiência cardíaca e sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo.2
No mundo, a condição afeta cerca de 33 milhões de pessoas e sua incidência é maior conforme a idade. Segundo dados, ela impacta até 12% de idosos com idade igual ou superior a 80 anos.3
Quais os sintomas da fibrilação atrial?
Algumas pessoas com fibrilação atrial são assintomáticas, mas outras podem manifestar os seguintes sintomas:1, 2
- Palpitações (quando sente que batimentos do coração estão mais acelerados);
- Dores no peito;
- Fraqueza;
- Fadiga;
- Tontura;
- Falta de ar;
- Dificuldade para se exercitar.
O tempo de duração também pode mudar de acordo com a condição que a pessoa tem. Enquanto alguns podem apresentar esses sintomas por horas, outros podem manifestá-los por uma semana. Além disso, em alguns casos, os sinais são persistentes, em outros, são intervalados.2
Independente da duração ou da constância desses sintomas, é fundamental procurar ajuda médica. O profissional de saúde poderá acompanhar o caso de perto e indicar as melhores opções de tratamento.
O que pode causar fibrilação atrial?
Geralmente, problemas com a estrutura do coração são os principais causadores da fibrilação atrial. Outras condições de saúde que podem provocar esse tipo de arritmia cardíaca incluem:2
- Pressão alta;
- Infarto;
- Defeito cardíaco congênito;
- Síndrome do nó sinusal (problema no marcapasso natural do coração);
- Doença arterial coronariana;
- Doença das válvulas cardíacas;
- Cirurgia cardíaca;
- Problemas na tireoide, como hipertireoidismo;
- Apneia obstrutiva do sono;
- Doenças pulmonares, como a pneumonia;
- Infecções por vírus.
O estilo de vida também pode causar a fibrilação atrial. Alguns desses hábitos são: alto consumo de álcool ou cafeína, fumar cigarros, usar drogas e tomar medicamentos com estimulantes sem prescrição médica.2
Como diagnosticar a fibrilação atrial?
Como em alguns casos não apresenta sintomas, a fibrilação atrial pode ser descoberta ao realizar outros exames de rotina. Para fazer o diagnóstico dessa arritmia, o profissional de saúde considera seu histórico médico e analisa seus sintomas.4
Suspeitando da condição, o médico pode pedir alguns testes para confirmar o diagnóstico. Os principais são exames de sangue, eletrocardiograma, ecocardiograma, holter e radiografia de tórax.4
Para analisar períodos mais longos, o cardiologista pode solicitar um gravador de eventos e um gravador de loop implantável. No primeiro teste, o foco é investigar determinados momentos por aproximadamente 30 dias. Já no último, o objetivo é avaliar os batimentos cardíacos por até 3 anos.4
Quais são os fatores de risco para a fibrilação atrial?
As chances de desenvolver a fibrilação atrial aumenta se a pessoa tiver fatores de risco. Alguns deles incluem:1, 2
- Idade avançada;
- Pressão alta (hipertensão);
- Histórico familiar;
- Ascendência europeia;
- Insuficiência cardíaca;
- Doença cardíaca isquêmica;
- Alargamento das câmaras do lado esquerdo do coração;
- Doença renal crônica;
- Doença pulmonar;
- Apneia do sono;
- Hipertireoidismo;
- Diabetes;
- Obesidade;
- Alto consumo de cafeína;
- Consumo considerável ou exagerado de álcool;
- Uso de drogas;
- Tabagismo.
Dentre os fatores de risco listados acima, é válido ressaltar que a hipertensão tem um protagonismo na incidência desse tipo de arritmia. Ela é responsável por 1 a cada 5 casos de fibrilação atrial.1
Quando a fibrilação atrial é grave?
A fibrilação atrial é grave quando há formação de coágulos sanguíneos. Esses coágulos são uma complicação perigosa e podem levar a um acidente vascular cerebral.2
De acordo com estudos, a fibrilação atrial aumenta em cinco vezes os riscos de ter um AVC. A condição é responsável por 1 a cada 7 casos.1
Outros fatores ligados a esse tipo de arritmia também elevam as chances de uma pessoa sofrer um derrame, como pressão alta, insuficiência cardíaca e diabetes.2
Por isso, caso tenha fibrilação atrial, é essencial fazer seu acompanhamento com um médico cardiologista. Ele poderá sugerir os tratamentos mais indicados e evitar que sofra alguma complicação mais grave.
Como controlar fibrilação atrial?
Existem alguns tratamentos para controlar a fibrilação atrial.1, 4 O cardiologista deve analisar o estilo de vida do paciente e seu histórico médico para orientar sobre a melhor opção disponível.
Normalmente, o tratamento pode incluir o uso de medicamentos para controlar o ritmo e a frequência cardíacas, além de remédios para afinar o sangue e prevenir a formação de coágulos – diminuindo, assim, o risco de ter um derrame.1, 4
Outras alternativas que podem ser indicadas pelo médico cardiologista são os procedimentos cirúrgicos ou de cateter no coração e as mudanças no estilo de vida.4 Hábitos mais saudáveis, por exemplo, podem reduzir o risco de doenças cardíacas.2
Como prevenir fibrilação atrial?
Buscar um estilo de vida mais saudável pode diminuir as chances de desenvolver doenças cardíacas, bem como prevenir a fibrilação atrial.2 A seguir, conheça alguns hábitos que podem ajudar a cuidar melhor da saúde do seu coração:2
Atente-se a sua saúde geral
É essencial que você controle a pressão alta e o colesterol alto. Também é ideal que você monitore o diabetes frequentemente.2
Cuide da sua alimentação
É aconselhável que invista em uma alimentação com menos sal e gordura saturada. Boas opções para incluir na rotina são vegetais, frutas, grãos e alimentos ricos em potássio.2, 5
Seja fisicamente ativo
A atividade física reduz as chances de ter fibrilação atrial ao controlar fatores de risco, como pressão alta. Estudos mostram que ela é benéfica tanto na prevenção quanto no tratamento da condição.5
Recomenda-se que faça exercícios físicos regularmente, de pelo menos 30 minutos. Lembre-se de que, antes de realizar qualquer atividade, é importante consultar seu médico e um profissional de educação física.2
Priorize o seu sono
É fundamental que tenha boas noites de sono. O indicado é que durma entre 7 e 9 horas por dia.2
Descarte o cigarro
Fumar cigarro é um grande fator de risco para a fibrilação atrial e é considerada a principal causa de morte evitável no mundo.5 Por isso, indica-se que abandone o hábito.2
Agora você já sabe como cuidar melhor da saúde do coração e se prevenir da fibrilação atrial. Procure um médico cardiologista em caso de dúvidas sobre a sua saúde.
Referências Bibliográficas
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). About Atrial Fibrillation. Disponível em: About Atrial Fibrillation | Heart Disease | CDC. Acesso em: 12 nov. 2024.
- Mayo Clinic. Atrial fibrillation – Symptoms & causes. Disponível em: Atrial fibrillation - Symptoms and causes - Mayo Clinic. Acesso em: 12 nov. 2024.
- SANTOS, K. O. et al. Fibrilação Atrial -aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e manejo terapêutico. Brazilian Journal of Health Review, v. 6, n. 5, 2023. Disponível em: View of Fibrilação Atrial - aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e manejo terapêutico. Acesso em: 12 nov. 2024.
- Mayo Clinic. Atrial fibrillation – Diagnosis & treatment. Disponível em: Atrial fibrillation - Diagnosis and treatment - Mayo Clinic. Acesso em: 12 nov. 2024.
- LESZTO, K. et al. Associations of Dietary and Lifestyle Components with Atrial Fibrillation. Nutrients 2024, 16, 456. Disponível em: Associations of Dietary and Lifestyle Components with Atrial Fibrillation. Acesso em: 13 nov. 2024.
PP-UNP-BRA-6018