Saiba como a medula óssea é esperança de cura para doenças do sangue

O que é medula óssea?

A medula óssea é um tecido presente no interior dos ossos e cuja função é produzir, a partir de células-tronco hematopoiéticas, componentes sanguíneos essenciais como:¹ 

• Hemácias (glóbulos vermelhos): Transportam oxigênio dos pulmões para os tecidos e eliminam dióxido de carbono durante a respiração.¹ 
• Leucócitos (glóbulos brancos): Trabalham no sistema imunológico, defendendo o corpo contra invasores, como bactérias e vírus, além de produzirem anticorpos para estabelecer nossa memória imunológica.¹ 
• Plaquetas: Participam da coagulação sanguínea, evitando hemorragias e mantendo o sistema circulatório funcionando adequadamente.¹ 

Para a medula óssea produza esses elementos sanguíneos é necessária a atuação das células progenitoras, também chamadas de células-tronco hematopoiéticas, as quais atuam fazendo a renovação e a manutenção das células circulantes.¹ 

Devido a sua grande relevância como um órgão hematopoiético, doenças que afetam seu funcionamento e a produção de células sanguíneas, como as leucemias, são graves e podem trazer grandes prejuízos à saúde humana.¹ 

Felizmente, existem opções terapêuticas eficazes para o tratamento dessas enfermidades, incluindo os transplantes de medula óssea, uma alternativa que pode salvar vidas e trazer esperança para o paciente e seus familiares.¹ 

O paciente precisa ficar internado e, apesar de todos os cuidados, os episódios de febre são frequentes. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial, sendo necessário, em alguns casos, o comparecimento diário ao hospital.¹ 

Principais doenças que podem ser tratadas com o transplante de medula óssea

• Leucemia;⁴
• Anemia aplástica;⁴ 
• Anemia de fanconi;⁴ 
• Síndromes provocadas pela deficiência medular (síndromes mielodisplásicas);⁴ 
• Mieloma múltiplo;⁴ 
• Tumores de testículos;⁴ 
• Neuroblastomas;⁴ 
• Linfomas;⁴ 
• Hemoglobinopatias.⁴ 

Tipos de transplante de medula óssea

• Transplante Alogênico Aparentado (as células provêm de um doador da família);⁵ 
• Transplante Autólogo (as células provêm do próprio indivíduo transplantado);⁵ 
• Transplante Alogênico Não Aparentado (as células provêm de um doador desconhecido).⁵ 

Cenário brasileiro de doação de medula óssea

O Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) foi criado em 1993, em São Paulo, para reunir informações de pessoas dispostas a doar medula óssea para quem precisa de transplante. Desde 1998, é coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Rio de Janeiro.⁴ 

Com mais de 5,5 milhões de doadores cadastrados, o REDOME é o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo e pertence ao Ministério da Saúde, sendo o maior banco com financiamento exclusivamente público.⁴ 

Atualmente o Brasil possui 5.773.597 doadores cadastrados e 650 pacientes em busca de doador não aparentado. Porém este ano tivemos apenas 61,23 novos doadores cadastrados, sendo o menor número desde 2017.³ 

É muito fácil doar, veja como

Para se tornar um doador voluntário de medula óssea, é preciso: ⁴ 

• Ir ao Hemocentro mais próximo da sua cidade, realizar um cadastro no REDOME e coletar uma amostra de sangue (10ml) para exame de tipagem HLA;⁴ 
• Ter entre 18 e 35 anos de idade (O doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade);⁴ 
• Um documento de identificação oficial com foto;⁴ 
• Estar em bom estado geral de saúde;⁴ 
• Não ter nenhuma doença impeditiva para cadastro e doação de medula óssea.⁴ 

Entre as doenças que restringem o cadastramento no REDOME estão: Hipertiroidismo, Hepatite C, Artrite reumatoide, Lúpus, Fibromialgia, Esclerose Múltipla, Doença de Chron, Esquizofrenia, transtorno bipolar dentre outras.⁴ 

Outros problemas de saúde, como a diabetes, precisam ser avaliados pelo médico, pois podem ser impeditivos de acordo com o tratamento e estágio em andamento.⁴ 

Como é feita a doação de medula óssea pelo doador

A doação de medula óssea pode ser feita por parentes ou não. Se não houver um irmão totalmente compatível, o paciente é cadastrado para a busca doadores no REDOME. Os registros cruzam dados automaticamente para encontrar compatibilidades e inicia a busca com voluntários locais. Se não encontrado um doador compatível, a busca se estende internacionalmente.⁴

A doação de medula óssea pode ser feita de duas formas (punção ou aférese) e a decisão sobre o método é exclusiva dos médicos assistentes.⁴ 

• Punção: Procedimento realizado sob anestesia em que a medula óssea é retirada do interior do osso da bacia, por meio de punções. Requer internação de 24h, podendo ocorrer dor no local da punção, nos primeiros dias, que pode ser amenizada com uso de analgésicos. O tempo de recuperação ocorre em torno de 15 dias.⁴ 
• Aférese: Método em que o doador faz uso de uma medicação por cinco dias, com o objetivo de aumentar a produção de células-tronco circulantes no seu sangue. Durante o uso desta substância, pode ocorrer dor óssea e musculares, além de cefaleia. Após esse período, a doação é realizada por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue através de duas veias do doador, uma em casa braço, ou uma veia profunda, separa as células-tronco e devolve os componentes do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação e anestesia. Poderão ocorrer náuseas, dormências, sensação de frio e hematoma no local do acesso.⁴ 

Como é recebida a doação de medula óssea pelo paciente

O transplante de medula óssea envolve substituir uma medula doente por células normais para reconstruir uma nova medula. Pode ser autogênico, usando a própria medula do paciente, ou alogênico, usando células de um doador compatível.⁵ 

A escolha depende do tipo de câncer, idade e estado de saúde do paciente. Após destruir a medula doente com tratamento, o paciente recebe células saudáveis que se alojam na medula óssea e se desenvolvem.⁵ 

Durante as primeiras semanas, o paciente fica mais vulnerável a infecções e hemorragias, exigindo cuidados rigorosos. Após a recuperação, o tratamento continua em regime ambulatorial, às vezes com visitas frequentes ao hospital.⁵ 

PP-UNP-BRA-5675