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Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil tem a população mais ansiosa do mundo. Diferentemente de situações pontuais, quando o coração acelera e o nervosismo aparece, a ansiedade tem sintomas persistentes, como dificuldade para dormir, falta de concentração e tendência a pensar no pior. Mas será que esse transtorno de saúde mental pode causar a fibrilação atrial (FA)?1

Considerada o tipo mais comum de arritmia, a fibrilação atrial está associada a uma das causas mais frequentes de hospitalização por doenças cardíacas. Ela aumenta os riscos de acidente vascular cerebral (AVC, também conhecido como derrame), insuficiência cardíaca e eventos cardíacos, além de prejudicar as funções cognitivas.2

Alguns dos sinais mais conhecidos da fibrilação atrial são o batimento cardíaco irregular, palpitações, suor, dores no peito, tontura, fadiga e fraqueza. Essas sensações também são habituais em pessoas que sofrem de ansiedade ou estão tendo um ataque de pânico — transtorno caracterizado por medo intenso e repentino, seguido por sintomas físicos. Apesar das similaridades, há algumas maneiras de diferenciar a FA de um ataque de pânico:1,3,4

  • Batimentos cardíacos: ataque de pânico de fibrilação atrial podem levar ao aumento da frequência cardíaca, mas na FA os batimentos são irregulares — tanto em termos de som quanto de sensação.1,4
  • Duração: um ataque de pânico duram até 30 minutos, enquanto a fibrilação atrial podem continuar por dias ou semanas, dependendo do tipo de FA.1,4

Após um ataque de pânico, a frequência cardíaca costuma diminuir gradualmente. Caso isso não ocorra e a pessoa tenha outros sintomas, como dores no peito, é preciso buscar atendimento médico imediatamente.4

 

A conexão entre fibrilação atrial e saúde mental

Diversas pesquisas têm associado a fibrilação atrial aos transtornos de saúde mental nas últimas décadas, indicando que a ansiedade pode criar condições favoráveis para o início e progressão da FA. Da mesma maneira, algumas doenças cardiovasculares podem tornar o paciente mais ansioso, além de desencadear a depressão.2,5

Um estudo recente analisou o papel da ansiedade como desencadeadora da fibrilação atrial. Na prática, o transtorno de saúde mental pode causar a hiperatividade do sistema nervoso simpático, responsável pela resposta de luta ou fuga.2,5

Em tais condições, haveria um aumento da catecolamina, que funciona como um hormônio e neurotransmissor no corpo. Esta substância química leva a uma cardiomiopatia por estresse, ou seja, um enfraquecimento repentino do músculo cardíaco devido ao estresse emocional ou físico. Para os pesquisadores, essas mudanças causadas pela ansiedade contribuem com o desenvolvimento da fibrilação atrial.2,5

 

Como reduzir o estresse

Altos níveis de estresse costumam ser associados a inúmeros problemas de saúde, além de estarem relacionados a outros fatores de risco comuns à fibrilação atrial, como tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, aumento de peso e inatividade física. Em outras palavras, buscar alternativas que contribuam para a redução do estresse é necessário para alcançar um estilo de vida mais saudável.6,7.8

Algumas maneiras comuns de lidar com um cotidiano estressante e reduzir a ansiedade incluem:7,8

  • Prática regular de atividade física7,8
  • Yoga7,8
  • Atenção plena e meditação7,8
  • Exercícios respiratórios que ajudam a acalmar os batimentos cardíacos8
  • Participar de grupos de apoio8
  • Atividades com amigos e familiares7,8
  • Manter uma alimentação saudável7,8
  • Dormir bem7
  • Desenvolver uma atitude positiva8

Sentimentos de desânimo ou tristeza são comuns quando ocorrem ocasionalmente. Caso esses sintomas sejam acompanhados por perda de interesse por atividades comuns, dificuldade de concentração e preocupação por um período superior a duas semanas, é importante falar com um profissional de saúde mental para um diagnóstico adequado.7 

 

Referências Bibliográficas

1. G1. Por que o Brasil tem a população mais ansiosa do mundo. 27/02/23. Disponível em <https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/02/27/por-que-o-brasil-tem-a-po…;. Acesso em 02 de outubro de 2023.

2. Severino P, Mariani MV, Maraone A, Piro A, Ceccacci A, Tarsitani L, Maestrini V, Mancone M, Lavalle C, Pasquini M, Fedele F. Triggers for Atrial Fibrillation: The Role of Anxiety. Cardiol Res Pract. 2019 Feb 18;2019:1208505. doi: 10.1155/2019/1208505. PMID: 30906592; PMCID: PMC6398072. 

3. WebMD. Is your pounding heart anxiety or AFib? Disponível em: <https://www.webmd.com/heart-disease/atrial-fibrillation/anxiety-afib>.&…;Acesso em 02 de outubro de 2023.

4. Medical News Today. Is it AFib or a panic attack? Disponível em: <https://www.medicalnewstoday.com/articles/afib-or-panic-attack&gt;. Acesso em 02 de outubro de 2023.

5. Medical News Today. Can anxiety cause atrial fibrillation? Disponível em: <https://www.medicalnewstoday.com/articles/can-anxiety-cause-atrial-fibr…;. Acesso em 02 de outubro de 2023.

6. American College of Cardiology. Stress reduction may play role in atrial fibrillation management. 23/02/22. Disponível em <https://www.acc.org/About-ACC/Press-Releases/2022/02/23/19/05/Stress-Re…;. Acesso em 02 de outubro de 2023.

7. WebMD. What to know about AFib and your mental health. Disponível em: <https://www.webmd.com/heart-disease/atrial-fibrillation/afib-mental-hea…;. Acesso em 02 de outubro de 2023.

8. Mayo Clinic. Atrial fibrillation and managing stress. Disponível em: <https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/atrial-fibrillation/in-d…;. Acesso em 02 de outubro de 2023.

PP-UNP-BRA-3411 - Setembro 2024