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Podemos pensar na figura do reumatologista como uma espécie de guia. Será ele que auxiliará cada paciente a passar por todas as adaptações necessárias durante a jornada com a doença reumática. Por isso, durante as consultas, precisamos ter em mente um roteiro bem definido de perguntas. É fundamental que todas as questões sejam respondidas de modo claro e objetivo, para que o tratamento possa ser seguido com transparência e tranquilidade.

Caso você tenha sido diagnosticado com uma doença reumática e não sabe por onde começar a questionar o reumatologista, respire fundo e leia as dicas abaixo. Elaboramos uma lista com a intenção de você se preparar com calma para a próxima consulta. Com ela em mãos você terá um bom roteiro sobre tudo o que precisa saber sobre a sua enfermidade. 

1. Não adie suas consultas

Sabemos que a vida é corrida e, muitas vezes, as obrigações profissionais exigem que mudemos os horários de nossos compromissos. É importante que você lembre, porém, que sua saúde vem em primeiro lugar. A doença reumática é algo sério e precisa de sua dedicação no tratamento. 

De acordo com estudos recentes, os melhores resultados de tratamento da artrite reumatóide — a doença reumática mais comum, com prevalência de 0,5% da população — surgem em pacientes que o iniciam até seis meses depois do início dos sintomas. Se as dores não forem tratadas da maneira correta no começo dos sintomas, aumenta a chance do paciente sofrer com incapacidades físicas. 

Portanto, não deixe para depois. Não use analgésicos para mascarar sua dor. Compareça à consulta o quanto antes.

2. Anote informações sobre sua dor

Existem mais de 120 tipos de doenças reumáticas. Muitas delas possuem sintomas parecidos e podem se confundir em um primeiro momento. Para saber com precisão qual a enfermidade e o grau dela, o médico fará uma série de questões sobre sua dor. Você pode anotar algumas informações que serão muito valiosas para o acompanhamento da evolução da sua doença. Eis algumas delas:

  • Onde eu tenho dor? 
  • Qual articulação mais me incomoda? 
  • A que horas sinto mais dor? 
  • Qual a intensidade da minha dor? 
  • Como está a minha rigidez nas articulações durante a manhã? 
  • Quão cansado estou durante o dia? 
  • Quais atividades tenho mais dificuldade de realizar?

3. Avise seu médico sobre suas dificuldades e seus planos

A partir das suas respostas, o reumatologista vai monitorar a evolução da sua doença, bem como entender os efeitos colaterais do tratamento. Existem algumas perguntas, porém, que podem escapar do médico e cujas respostas podem, de alguma forma, interferir no seu tratamento. Eis alguns exemplos de informações que você pode avisar ao médico.

  • Se precisou fazer uso de algum medicamento para dor e quantas vezes tomou
  • Se está tomando alguma outra medicação não prescrita
  • Se está fazendo ou pretende fazer alguma atividade física
  • Se não está tomando as medicações da forma que o médico sugeriu 
  • Se está sentindo algum efeito colateral com as medicações

3. Avise seu médico sobre suas dificuldades e seus planos

A partir das suas respostas, o reumatologista vai monitorar a evolução da sua doença, bem como entender os efeitos colaterais do tratamento. Existem algumas perguntas, porém, que podem escapar do médico e cujas respostas podem, de alguma forma, interferir no seu tratamento. Eis alguns exemplos de informações que você pode avisar ao médico.

  • Se precisou fazer uso de algum medicamento para dor e quantas vezes tomou
  • Se está tomando alguma outra medicação não prescrita
  • Se está fazendo ou pretende fazer alguma atividade física
  • Se não está tomando as medicações da forma que o médico sugeriu 
  • Se está sentindo algum efeito colateral com as medicações

4. Seja sempre honesto e objetivo nas respostas

Ninguém gosta de se constranger diante do médico. O medo de ser repreendido ou de parecer frágil pode fazer com que muitos pacientes omitam informações importantes durante as consultas. Mas isso, saiba, é perigoso e pode prejudicar a si mesmo. Lembre-se: o médico é o seu guia. Para ele fornecer as melhores respostas, você precisa ser honesto e objetivo. Não omita o uso de analgésico nem de tabaco. Seja sincero quanto a seus hábitos e sintomas. Quem ganha com isso é você.

5. Conheça a sua doença

Conhece-te a ti mesmo é um bom conselho desde a Grécia Antiga. Para conhecer profundamente nosso próprio corpo, devemos incluir os saberes sobre as enfermidades que carregamos conosco. É claro que você pode pesquisar na internet uma coisa ou outra sobre sua doença reumática, mas a opinião que conta é a do profissional que analisa o seu caso pessoalmente, com laudos e exames em mãos. Pergunte a ele tudo que quiser saber sobre sua condição médica. Sugerimos que entre as perguntas esteja o seguinte trio essencial:

  • Como a doença evolui e quais são os próximos passos?
  • Quais as opções de tratamento disponíveis e em quanto tempo devo sentir melhora?
  • Quais os principais efeitos colaterais e o que fazer para amenizá-los?

6. Entenda a importância de um tratamento contínuo

As doenças reumáticas não têm cura, isso você já deve saber. Mas elas podem ter remissão. É esse o nome que se dá à fase em que a doença deixa de estar ativa: quando há desaparecimento da dor e do inchaço das juntas e a normalização dos exames de laboratório. A remissão pode durar pouco ou muito tempo. Isso significa que os sintomas voltam. 

O acompanhamento do seu caso pelo médico reumatologista, portanto, deve ser contínuo, sem brechas para faltas nas consultas. Os intervalos de cada consulta variam de paciente para paciente: em alguns casos a avaliação é mensal, em outros pode haver um espaçamento maior. Os exames de acompanhamento também são frequentes. Eles são essenciais para que o médico possa avaliar a atividade da doença e os efeitos colaterais das medicações. 

O acompanhamento contínuo permite ao médico diminuir ou aumentar as dosagens, modificar a abordagem do tratamento e indicar a terapia mais indicada. Isso, claro, caso a caso. 

7. Saiba que outros profissionais de saúde podem te ajudar

O tratamento não se restringe ao médico reumatologista. Por ser uma doença multissistêmica, diferentes especialistas podem se unir ao tratamento. Profissionais como fisioterapeuta, nutricionistas, psicólogos e educador físico podem ser fundamentais para atenuar alguns sintomas. Pergunte ao reumatologista quais profissionais podem lhe ajudar.

Referências
  1. Almutairi KB, Nossent JC, Preen DB, et al. The prevalence of rheumatoid arthritis: a systematic review of population-based studies. J Rheumatol. 2021;48:669–76.
  2. de Albuquerque, C.P., Reis, A.P.M.G., Santos, A.B.V. et al. Decreasing delays in the diagnosis and treatment of rheumatoid arthritis in Brazil: a nationwide multicenter observational study. Adv Rheumatol 63, 3 (2023). https://doi.org/10.1186/s42358-022-00265-0
  3. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
  4. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Doenças reumáticas acometem 15 milhões de brasileiros, causam limitações, aposentadorias precoces e sério impacto sobre o sistema de saúde do país. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/noticias/doencas-reumaticas-acometem-15-milhoes-de-brasileiros-causam-limitacoes-aposentadorias-precoces-e-serio-impacto-sobre-o-sistema-de-saude-do-pais/ Acesso em: 16/03/2023
  5. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Cartilha de orientação para artrite reumatóide. São. Paulo, Comissão de Artrite Reumatoide, 2011.
  6. Zerbini, Cristiano Augusto de Freitas. Reumatologista ou Ortopedista. Como cada especialista pode ajudar. Hospital Sírio-Libanês. Disponível em: https://hospitalsiriolibanes.org.br/blog/reumatologia/reumatologista-ou-ortopedista-como-cada-especialista-pode-ajudar Acesso em 26/04/23
  7. Portal Drauzio Varella. Como deve ser uma consulta médica?. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/clinica-geral/como-deve-ser-uma-consulta-medica/ Acesso em 26/04/23

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