Fui diagnosticado com Artrite Reumatoide... e agora? Confira 7 dicas
Ser diagnosticado com uma doença reumática não é fácil. É comum que muitos pacientes sintam ansiedade ao saber que vivem com uma condição crônica, dolorosa e sem cura. Além das preocupações, muitas dúvidas podem surgir. O que precisarei mudar na rotina? Como será minha vida? E o tratamento? Embora não sejam perguntas de respostas simples, todas elas podem ser esclarecidas por um profissional treinado para isso: o reumatologista.
Podemos pensar na figura do reumatologista como uma espécie de guia. Será ele que auxiliará cada paciente a passar por todas as adaptações necessárias durante a jornada com a doença reumática. Por isso, durante as consultas, precisamos ter em mente um roteiro bem definido de perguntas. É fundamental que todas as questões sejam respondidas de modo claro e objetivo, para que o tratamento possa ser seguido com transparência e tranquilidade.
Caso você tenha sido diagnosticado com uma doença reumática e não sabe por onde começar a questionar o reumatologista, respire fundo e leia as dicas abaixo. Elaboramos uma lista com a intenção de você se preparar com calma para a próxima consulta. Com ela em mãos você terá um bom roteiro sobre tudo o que precisa saber sobre a sua enfermidade.
1. Não adie suas consultas
Sabemos que a vida é corrida e, muitas vezes, as obrigações profissionais exigem que mudemos os horários de nossos compromissos. É importante que você lembre, porém, que sua saúde vem em primeiro lugar. A doença reumática é algo sério e precisa de sua dedicação no tratamento.
De acordo com estudos recentes, os melhores resultados de tratamento da artrite reumatóide — a doença reumática mais comum, com prevalência de 0,5% da população — surgem em pacientes que o iniciam até seis meses depois do início dos sintomas. Se as dores não forem tratadas da maneira correta no começo dos sintomas, aumenta a chance do paciente sofrer com incapacidades físicas.
Portanto, não deixe para depois. Não use analgésicos para mascarar sua dor. Compareça à consulta o quanto antes.
2. Anote informações sobre sua dor
Existem mais de 120 tipos de doenças reumáticas. Muitas delas possuem sintomas parecidos e podem se confundir em um primeiro momento. Para saber com precisão qual a enfermidade e o grau dela, o médico fará uma série de questões sobre sua dor. Você pode anotar algumas informações que serão muito valiosas para o acompanhamento da evolução da sua doença. Eis algumas delas:
- Onde eu tenho dor?
- Qual articulação mais me incomoda?
- A que horas sinto mais dor?
- Qual a intensidade da minha dor?
- Como está a minha rigidez nas articulações durante a manhã?
- Quão cansado estou durante o dia?
- Quais atividades tenho mais dificuldade de realizar?
3. Avise seu médico sobre suas dificuldades e seus planos
A partir das suas respostas, o reumatologista vai monitorar a evolução da sua doença, bem como entender os efeitos colaterais do tratamento. Existem algumas perguntas, porém, que podem escapar do médico e cujas respostas podem, de alguma forma, interferir no seu tratamento. Eis alguns exemplos de informações que você pode avisar ao médico.
- Se precisou fazer uso de algum medicamento para dor e quantas vezes tomou
- Se está tomando alguma outra medicação não prescrita
- Se está fazendo ou pretende fazer alguma atividade física
- Se não está tomando as medicações da forma que o médico sugeriu
- Se está sentindo algum efeito colateral com as medicações
3. Avise seu médico sobre suas dificuldades e seus planos
A partir das suas respostas, o reumatologista vai monitorar a evolução da sua doença, bem como entender os efeitos colaterais do tratamento. Existem algumas perguntas, porém, que podem escapar do médico e cujas respostas podem, de alguma forma, interferir no seu tratamento. Eis alguns exemplos de informações que você pode avisar ao médico.
- Se precisou fazer uso de algum medicamento para dor e quantas vezes tomou
- Se está tomando alguma outra medicação não prescrita
- Se está fazendo ou pretende fazer alguma atividade física
- Se não está tomando as medicações da forma que o médico sugeriu
- Se está sentindo algum efeito colateral com as medicações
4. Seja sempre honesto e objetivo nas respostas
Ninguém gosta de se constranger diante do médico. O medo de ser repreendido ou de parecer frágil pode fazer com que muitos pacientes omitam informações importantes durante as consultas. Mas isso, saiba, é perigoso e pode prejudicar a si mesmo. Lembre-se: o médico é o seu guia. Para ele fornecer as melhores respostas, você precisa ser honesto e objetivo. Não omita o uso de analgésico nem de tabaco. Seja sincero quanto a seus hábitos e sintomas. Quem ganha com isso é você.
5. Conheça a sua doença
Conhece-te a ti mesmo é um bom conselho desde a Grécia Antiga. Para conhecer profundamente nosso próprio corpo, devemos incluir os saberes sobre as enfermidades que carregamos conosco. É claro que você pode pesquisar na internet uma coisa ou outra sobre sua doença reumática, mas a opinião que conta é a do profissional que analisa o seu caso pessoalmente, com laudos e exames em mãos. Pergunte a ele tudo que quiser saber sobre sua condição médica. Sugerimos que entre as perguntas esteja o seguinte trio essencial:
- Como a doença evolui e quais são os próximos passos?
- Quais as opções de tratamento disponíveis e em quanto tempo devo sentir melhora?
- Quais os principais efeitos colaterais e o que fazer para amenizá-los?
6. Entenda a importância de um tratamento contínuo
As doenças reumáticas não têm cura, isso você já deve saber. Mas elas podem ter remissão. É esse o nome que se dá à fase em que a doença deixa de estar ativa: quando há desaparecimento da dor e do inchaço das juntas e a normalização dos exames de laboratório. A remissão pode durar pouco ou muito tempo. Isso significa que os sintomas voltam.
O acompanhamento do seu caso pelo médico reumatologista, portanto, deve ser contínuo, sem brechas para faltas nas consultas. Os intervalos de cada consulta variam de paciente para paciente: em alguns casos a avaliação é mensal, em outros pode haver um espaçamento maior. Os exames de acompanhamento também são frequentes. Eles são essenciais para que o médico possa avaliar a atividade da doença e os efeitos colaterais das medicações.
O acompanhamento contínuo permite ao médico diminuir ou aumentar as dosagens, modificar a abordagem do tratamento e indicar a terapia mais indicada. Isso, claro, caso a caso.
7. Saiba que outros profissionais de saúde podem te ajudar
O tratamento não se restringe ao médico reumatologista. Por ser uma doença multissistêmica, diferentes especialistas podem se unir ao tratamento. Profissionais como fisioterapeuta, nutricionistas, psicólogos e educador físico podem ser fundamentais para atenuar alguns sintomas. Pergunte ao reumatologista quais profissionais podem lhe ajudar.
Referências
- Almutairi KB, Nossent JC, Preen DB, et al. The prevalence of rheumatoid arthritis: a systematic review of population-based studies. J Rheumatol. 2021;48:669–76.
- de Albuquerque, C.P., Reis, A.P.M.G., Santos, A.B.V. et al. Decreasing delays in the diagnosis and treatment of rheumatoid arthritis in Brazil: a nationwide multicenter observational study. Adv Rheumatol 63, 3 (2023). https://doi.org/10.1186/s42358-022-00265-0
- IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
- Sociedade Brasileira de Reumatologia. Doenças reumáticas acometem 15 milhões de brasileiros, causam limitações, aposentadorias precoces e sério impacto sobre o sistema de saúde do país. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/noticias/doencas-reumaticas-acometem-15-milhoes-de-brasileiros-causam-limitacoes-aposentadorias-precoces-e-serio-impacto-sobre-o-sistema-de-saude-do-pais/ Acesso em: 16/03/2023
- Sociedade Brasileira de Reumatologia. Cartilha de orientação para artrite reumatóide. São. Paulo, Comissão de Artrite Reumatoide, 2011.
- Zerbini, Cristiano Augusto de Freitas. Reumatologista ou Ortopedista. Como cada especialista pode ajudar. Hospital Sírio-Libanês. Disponível em: https://hospitalsiriolibanes.org.br/blog/reumatologia/reumatologista-ou-ortopedista-como-cada-especialista-pode-ajudar Acesso em 26/04/23
- Portal Drauzio Varella. Como deve ser uma consulta médica?. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/clinica-geral/como-deve-ser-uma-consulta-medica/ Acesso em 26/04/23
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