Enfisema pulmonar: tudo o que você precisa saber

O enfisema pulmonar faz parte do espectro da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Atinge todas as faixas etárias, mas é uma condição mais prevalente em homens com idade próxima aos 70 anos que residem em cidades com índice alto de poluição.³ 

Entenda o que é o enfisema pulmonar, seus sintomas, causas e as melhores opções de tratamento para controlar a doença e melhorar a qualidade de vida.

O que é enfisema pulmonar? 

O enfisema pulmonar é uma doença respiratória que provoca alterações anatômicas na estrutura dos bronquíolos, elemento fundamental para as trocas gasosas durante a respiração. Como resultado, há prejuízos significativos no processo respiratório.¹

Como o enfisema afeta os pulmões? 

Existem três mecanismos relacionados ao enfisema pulmonar, que podem afetar, isoladamente ou em conjunto, o tecido pulmonar: 

1. hipoplasia: caracteriza-se pelo desenvolvimento incompleto do tecido pulmonar, levando a uma redução do número de alvéolos pulmonares. Como consequência, ocorre um aumento de espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais;³ 

2. hiperdistensão: dilatação dos alvéolos para além da sua capacidade normal;³  

3. destruição dos alvéolos: perda das paredes alveolares, causando a fusão permanente entre os alvéolos. Essa destruição reduz drasticamente a área disponível para a troca de gases, como o oxigênio, o que resulta em dificuldades respiratórias.³ 

Por fim, essas alterações causadas pelo enfisema acarretam a perda da elasticidade natural dos alvéolos. Como consequência ocorre a hiperinsuflação dos pulmões — uma condição em que os pulmões ficam cheios de ar e não conseguem se esvaziar completamente. Essa perda de elasticidade também reduz o calibre das vias aéreas, agravando ainda mais a dificuldade de passagem do ar.³ 

O enfisema pulmonar pode ser classificado da seguinte forma:¹ 

O que causa enfisema pulmonar?

As causas do enfisema pulmonar podem estar associadas aos exemplos abaixo: 

● deficiência de alfa-1-antitripsina: a alfa-1-tripsina é uma proteína que inibe a ação de enzimas que afetam as fibras colágeno e elástica, resultando na destruição da parede alveolar; ¹,²

 ● senescência: ao longo do tempo, os pulmões se tornam menos capazes de reparar os danos causados por fatores como tabagismo, poluição ou infecções. Essa redução na reparação celular contribui para a destruição dos alvéolos e o desenvolvimento do enfisema;¹ 

● estresse oxidativo: pode danificar as células pulmonares e contribuir para a destruição dos alvéolos. Os oxidantes podem ser produzidos pelo próprio corpo humano ou serem exógenos, derivados de poluentes atmosféricos;¹ 

● tabagismo: a fumaça de cigarro é capaz de inibir a proliferação de células essenciais para promover o reparo pulmonar após uma lesão.¹,³ 

Fatores de risco:

 ● fatores genéticos: doenças hereditárias de tecido conjuntivo como cutis laxa, osteogênese imperfeita, síndrome de Marfan e enfisema familiar;³ 

● bronquite: geralmente a bronquite crônica precede o enfisema pulmonar;²

Quais são os sintomas do enfisema pulmonar?¹

O diagnóstico clínico é difícil, pois os pacientes em estágio inicial são geralmente assintomáticos.¹ Já em relação ao enfisema disseminado, há a presença dos seguintes sintomas: 

● tosse; 

● produção aumentada de catarro; 

● progressiva dispneia aos esforços; 

● taquipneia; 

● fadiga; 

● chiado no peito; 

● perda de peso sem motivo aparente. 

Diagnóstico do enfisema pulmonar ⁶

O diagnóstico do enfisema pulmonar é um processo crucial para identificar a doença precocemente e garantir o tratamento adequado. Envolve uma combinação de métodos que juntos permitem uma compreensão abrangente da condição clínica. Confira:

● avaliação clínica: inclui a análise do histórico médico do paciente, exposição a fatores de risco, antecedentes familiares de doenças pulmonares e avaliação de sintomas;

● raio-x do tórax: identificação do tipo lesional e da extensão da doença;³ 

● tomografia computadorizada (TC): método sensível e específico na avaliação do enfisema;³ 

● espirometria: avalia a capacidade respiratória do paciente;³

● testes alérgicos: os testes alérgicos são úteis para excluir outras condições respiratórias, como a asma, que podem coexistir com o enfisema. Esses testes ajudam a identificar possíveis alérgenos que podem agravar os sintomas respiratórios. ⁶

Enfisema pulmonar tem cura? 

O enfisema pulmonar não tem cura. No entanto, o diagnóstico precoce pode garantir que o tratamento seja mais eficaz possível, melhorando o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. 

Qual o tratamento para o enfisema pulmonar?  ⁶

O tratamento do enfisema pulmonar visa controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e retardar a progressão da doença. As opções de tratamento variam de acordo com a gravidade do enfisema e a resposta individual do paciente. Veja abaixo: 

● cirurgia redutora do volume pulmonar (CRVP): consiste na remoção de partes danificadas do pulmão, permitindo que o tecido pulmonar saudável funcione melhor. Indicada para casos de pacientes com enfisema heterogêneo predominante nos lobos superiores e baixa capacidade ao exercício físico; ⁴ 

● transplante pulmonar: em alguns casos, o transplante pulmonar pode ser o tratamento mais indicado;⁴

● medicamentos: alguns medicamentos, como os broncodilatadores, podem ser prescritos por ajudarem a relaxar os músculos ao redor das vias aéreas, facilitando a respiração;¹ 

● oxigenoterapia: para pacientes com enfisema avançado e níveis baixos de oxigênio no sangue, o uso de oxigênio suplementar pode ser necessário, ajudando a aliviar a falta de ar;⁴

● mudanças no estilo de vida: nutrição adequada e prática de exercício físico sob orientação médica podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes com enfisema. ⁶

Como prevenir o enfisema pulmonar?¹

Prevenir o enfisema pulmonar envolve principalmente a redução dos fatores de risco associados à doença: 

● evitar o fumo ativo e passivo;

● evitar a exposição a substâncias tóxicas;

O enfisema pulmonar é uma doença crônica progressiva. O foco do tratamento é a gestão dos sintomas e a prevenção de complicações. A adesão a um plano de tratamento personalizado pode ajudar a viver de forma mais confortável, mesmo com a condição.

PP-UNP-BRA-5689 - Novembro 2024.