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É com surpresa que muitos pacientes recebem o diagnóstico. Para alguns, o resultado positivo é a resposta a incontáveis tentativas de encontrar a explicação para sintomas que pareciam não estar relacionados entre si. Para outros, com casos conhecidos na família, é a confirmação de um temor. A Polineuropatia Amiloidótica Familiar associada à transtirretina é detectada por meio de exames como teste genético e biópsia de tecido. Quando descoberta precocemente, dá aos pacientes a oportunidade de buscar rapidamente o melhor tratamento, assim como apoio e melhores formas de adaptarem suas rotinas.2-3

A Polineuropatia Amiloidótica Familiar é uma condição rara, crônica e degenerativa, que é transmitida de forma hereditária, ou seja, de pais para filhos. Ela afeta principalmente o sistema nervoso periférico, responsável pela transmissão e respostas de estímulos recebidos pelo corpo, e o sistema nervoso autônomo, que atua no controle de funções básicas como respiração, circulação sanguínea, controle de temperatura e digestão. Por prejudicar o funcionamento de muitas áreas do corpo, a PAF é tida como uma doença multissistêmica. Isso quer dizer que a condição pode impactar não só a função neurológica, mas também a oftalmológica, cardiovascular, gastrointestinal e renal.¹

Também conhecida como paramiloidose, a Polineuropatia Amiloidótica Familiar por transtirretina é um subtipo de amiloidose por transtirretina (ATTR), doença causada pela má formação de uma proteína chamada transtirretina. A TTR, como é chamada, é produzida naturalmente pelo fígado e tem como principal função transportar o hormônio da tireoide e a vitamina A pela corrente sanguínea.4

Quando a transtirretina começa a se aglomerar de forma desorganizada, depositando-se em diferentes tecidos e órgãos do corpo, o organismo não consegue eliminá-la. É aí que os danos ocorrem e os sintomas passam a aparecer.¹ A amiloidose ATTR pode ser tanto hereditária quanto adquirida⁵ (saiba mais no infográfico abaixo).

A importância do diagnóstico precoce

Um dos principais desafios relacionados à Polineuropatia Amiloidotica Familiar por transtirretina é a identificação dos sintomas. Além de serem parecidos com os de outras doenças, muitas vezes parecem não ter ligação entre si. É por isso que o paciente deve reunir o máximo possível de informações para levar à consulta médica, inclusive tudo o que envolve o histórico familiar. 2-3

A dor incapacitante — denominada neuropática — costuma ser um dos sintomas iniciais que mais incomodam os pacientes. Diferentemente de outras dores, ela não cede com o uso de analgésicos e deve ser avaliada segundo uma escala de 0 a 10, na qual 0 significa ausência de dor e 10 que a dor é insuportável.6-7

A lista de sintomas também inclui diminuição ou perda de sensibilidade à temperatura e depois à dor, sensação de formigamento e fraqueza, primeiro nos membros inferiores, depois nos superiores. Além disso, pode haver perda de peso sem motivo aparente, dificuldade na digestão, diarreia, tonturas e desmaios causados por alterações na pressão arterial, inchaço nos pés e tornozelos e visão prejudicada são alguns sinais comuns.8

Há casos em que o paciente apresenta sintomas cardiológicos como palpitações causadas por uma alteração no ritmo cardíaco, dor no peito, falta de ar, inchaço nos membros inferiores e cansaço decorrentes de fadiga cardíaca.8

A partir destes sintomas e sinais, o médico poderá solicitar os exames adequados para realizar o diagnóstico. O teste genético, que identifica alterações ou mutações nos genes, é um exemplo. O resultado positivo pode indicar que o paciente tem Polineuropatia Amiloidotica Familiar por transtirretina ou tem risco de desenvolvê-la. A presença da mutação genética, entretanto, não significa que a doença irá se manifestar. Outro exame é a biópsia, feita a partir de uma amostra de tecido, como o adiposo, para determinar se há depósitos de amiloides associados à Polineuropatia Amiloidotica Familiar por transtirretina.2-3

Na maioria dos casos, os sinais e sintomas da Polineuropatia Amiloidótica Familiar por transtirretina começam a surgir entre os 25 e 35 anos, mas também podem se desenvolver a partir dos 50 anos. Por ser uma doença progressiva, caso não seja tratada, a sobrevida média estimada é de 10 anos.2-3

 

Entenda o tratamento da Polineuropatia Amiloidotica Familiar por transtirretina

Há duas formas de se tratar a Polineuropatia Amiloidotica Familiar por transtirretina. Uma delas é o transplante hepático, um procedimento que ajuda a deter a progressão dos sintomas, mas não cura lesões já existentes. Somente o médico pode avaliar o caso e identificar se a cirurgia é uma possibilidade.5

A outra opção envolve o uso de medicamentos que contribuem para estabilizar e inibir a produção das proteínas mutantes, evitar a formação de depósitos de proteínas amiloides nos órgãos e, consequentemente, reduzir a progressão da doença.⁵

Por ser uma condição multissistêmica, que compromete diferentes órgãos, o tratamento da Polineuropatia Amiloidotica Familiar por transtirretina necessita de assistência multidisciplinar. Neurologia, cardiologia, gastroenterologia, nefrologia, urologia, oftalmologia, fisioterapia e nutrição são alguns exemplos das especialidades envolvidas.4

A busca por apoio em associações de pacientes também é importante, não só para quem tem a doença, mas também para familiares e cuidadores. No país, a mais conhecida é a Associação Brasileira de Amiloidose Hereditária Associada à Transtirretina (ABPAR).

Referência Bibliográfica
  1. Adams D, Koike H, Slama M, Coelho T. Hereditary transthyretin amyloidosis: a model of medical progress for a fatal disease. Nat Rev Neurol. 2019 Jul;15(7):387-404. doi: 10.1038/s41582-019-0210-4. Epub 2019 Jun 17. PMID: 31209302.
  2. Picken MM. Amyloidosis-where are we now and where are we heading? Arch Pathol Lab Med. 2010 Apr;134(4):545-51. doi: 10.5858/134.4.545. PMID: 20367306.
  3. Planté-Bordeneuve V, Said G. Familial amyloid polyneuropathy. Lancet Neurol. 2011 Dec;10(12):1086-97. doi: 10.1016/ S1474-4422(11)70246-0. PMID: 22094129.
  4. Ando Y, Coelho T, Berk JL, Cruz MW, Ericzon BG, Ikeda S, et al. Guideline of transthyretin-related hereditary amyloidosis for clinicians. Orphanet J Rare Dis. 2013 Feb 20;8:31.
  5. Benson MD, Buxbaum JN, Eisenberg DS, Merlini G, Saraiva MJM, Sekijima Y, et al. Amyloid nomenclature 2018: recommendations by the International Society of Amyloidosis (ISA) nomenclature committee. Amyloid. 2018 Dec;25(4):215-9
  6. Vieira BAS. Polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) tipo I: uma visão actual, de um problema de saúde antigo [dissertação]. Covilhã, Portugal: Universidade da Beira Interior; 2008.
  7. Bottega FH, Fontana RT. A dor como quinto sinal vital: utilização da escala de avaliação por enfermeiros de um hospital geral. Texto Contexto Enferm. 2010 Abr-Jun;19(2):283-90.
  8. Coutinho P, da Silva AM, Lima JL, Barbosa AR. Forty years of experience with type 1 amyloid neuropathy: review of 483 cas[1]es. In: Glenner GG, Costa PP, de Freitas AF, editors. Amyloid and amyloidosis. Amsterdam: Excerpta Medica; 1980. p. 88-98.
  9. Ministério da Saúde - Biblioteca Virtual em Saúde. Pessoas com doença hepática paramiloidose terão medicamento para tratamento no SUS. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/pessoas-com-doenca-hepatica-paramiloidose-te…. Acesso em 11/11/2022

PP-VYN-BRA-1207 / PP-UNP-BRA-2897