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Você já ouviu falar sobre a radioterapia e como ela pode ser efetiva no tratamento do câncer? Esse é um tratamento muito conhecido, especialmente para os casos de câncer na cabeça e pescoço, ajudando a destruir as células malignas e controlar a doença.1 Neste texto, vamos entender melhor como a radioterapia funciona, conhecer os diferentes tipos dessa intervenção e saber como você pode se preparar para essa fase de forma mais tranquila.

Durante a radioterapia, é possível que o corpo reaja de maneiras diferentes. Aqui, você vai descobrir quais são esses efeitos e como lidar com eles. A ideia é que você tenha informação confiável, sabendo o que esperar e como cuidar de si ao longo desse processo.

Vamos juntos aprender mais sobre esse importante tratamento e como ele pode ajudar na sua saúde!

 

O que é radioterapia?

A radioterapia é um tratamento utilizado para combater o câncer por meio da aplicação de radiações ionizantes, como os raios-x.15

Essas radiações, embora invisíveis e indolores durante a aplicação, são extremamente eficazes para destruir as células do tumor ou impedir que elas se multipliquem

O objetivo principal da radioterapia é atacar diretamente o DNA das células malignas, enfraquecendo-as e, eventualmente, eliminando-as.3

Esse tratamento tem um papel importante no controle de diversos tipos de câncer, e pode ser utilizado tanto para reduzir tumores e aliviar sintomas, como dores e sangramentos, quanto como parte de um plano abrangente de combate à doença.2

Cada sessão de radioterapia é cuidadosamente planejada para garantir que as doses de radiação sejam suficientemente fortes para atingir as células cancerosas, mas sem prejudicar gravemente os tecidos saudáveis ao redor.4

A importância da radioterapia no tratamento oncológico é destacada pelo fato de que cerca de 70% dos pacientes com câncer passarão por esse procedimento em algum momento da sua fase de tratamento.4

 

Quais são os tipos de radioterapia?

A radioterapia é um tratamento com diferentes tipos e técnicas, e deve ser adaptada às necessidades específicas do paciente e tipo de câncer.3

Cada modalidade é planejada para garantir o sucesso do tratamento, minimizando os danos aos tecidos saudáveis ao redor do tumor. Vamos conhecer os principais tipos de radioterapia e suas características.

  1. Radioterapia externa

Na radioterapia externa, o tratamento é feito com a emissão de feixes de radiação de alta energia, como raios-x ou elétrons, direcionados ao tumor de fora para dentro do corpo.

Essa radiação é gerada por um equipamento chamado acelerador linear, que fica posicionado a uma distância segura do paciente. Durante o procedimento, o paciente permanece deitado em uma mesa, enquanto o acelerador linear emite a radiação de forma controlada.5

  1. Radioterapia convencional (RT2D)

Este método é baseado em radiografias, o que limita a visualização da lesão e das estruturas normais. Também pode ser usado em casos curativos para pacientes magros, lesões de pele (elétrons), superficiais, ou mulheres com diagnóstico de câncer de mama já operadas.6

  1. Radioterapia conformada tridimensional (RT3D)

Método baseado em tomografia ou, em alguns casos, ressonância magnética e PET-CT. Permite melhor definição do alvo e proteção de estruturas normais, impactando menos o paciente com efeito colateral durante o tratamento e menor risco de sequelas. Indicado na maioria dos tratamentos curativos em cabeça e pescoço, tórax (pulmão, esôfago e mediastino), abdome (estômago, pâncreas, vias biliares e rim) e pelve (colo do útero, bexiga, testículo, próstata, reto e canal anal).6

  1. Radioterapia com modulação da intensidade modulada (IMRT)

A IMRT é uma técnica que permite moldar a intensidade do feixe de radiação, direcionando doses mais altas ao tumor enquanto preserva ao máximo os tecidos saudáveis próximos.

É mais comum em casos de tumores localizados perto de órgãos sensíveis ou estruturas vitais, como tumores de cabeça e pescoço.7

  1. Radioterapia de arco volumétrico (VMAT)

A VMAT é uma forma de IMRT em que a radiação é entregue em um arco ao redor do paciente. Isso permite uma aplicação mais rápida e precisa da dose, o que pode reduzir o tempo total de tratamento.8

  1. Radiocirurgia

A radiocirurgia é uma técnica de alta precisão usada para tratar pequenas lesões no cérebro ou outras áreas críticas, como metástases ou tumores benignos.

Esse tipo de tratamento é realizado em poucas sessões, sem a necessidade de cirurgia invasiva, ou seja, sem cortes ou anestesia. A radiocirurgia utiliza feixes de radiação focados para destruir o tumor com precisão milimétrica.9

  1. Radioterapia estereotática extracraniana

Essa técnica é aplicada com um método de imagem para verificação de posicionamento (IGRT), associado a um sistema de fixação adequado do corpo do paciente fora do crânio. É um método não invasivo e que permite a prescrição de dose alta de radiação em um volume alvo bem definido fora da região craniana.10

  1. Radioterapia guiada por imagem (IGRT)

A IGRT engloba técnicas de imagem, como tomografia ou ultrassom, no momento do tratamento, garantindo maior precisão na entrega da dose de radiação.

Isso permite ajustar a posição do paciente em tempo real, considerando movimentos naturais do corpo, como a respiração, e garantindo que a radiação atinja o alvo com máxima exatidão.11

  1. Braquiterapia

A braquiterapia é uma forma de radioterapia interna, onde o material radioativo é colocado diretamente em contato com o tumor.

A escolha depende da avaliação de cada paciente e do planejamento do tratamento. É indicada em casos de tratamento de câncer de próstata, retinoblastoma, ginecológicos, cabeça e pescoço, sarcomas, melanoma de coroide e alguns outros tipos de câncer mais raros.12

  1. Radioterapia intraoperatória

A radioterapia intraoperatória (RIO) é um tratamento que, de maneira cuidadosa e eficiente, entrega a dose de radiação diretamente no tumor, durante a cirurgia.

Usada no combate ao câncer de mama metastático, essa abordagem limita a exposição à radiação e pode ser realizada tanto na sala de cirurgia quanto na radioterapia, sempre com o acompanhamento adequado.13 14

 

Como a radioterapia funciona?

A radioterapia é um tratamento que utiliza radiação ionizante para destruir ou incapacitar a reprodução das células cancerígenas. Essa radiação pode ser composta por diferentes tipos de partículas, como fótons, elétrons e prótons.15

Quando a radiação atinge as células cancerosas, ela danifica o DNA, impedindo que se multipliquem e se espalhem. Esse processo controla o crescimento do tumor.15

Ainda, a radioterapia pode atuar de duas maneiras: diretamente sobre o DNA das células cancerígenas, causando quebras nas cadeias de DNA, ou indiretamente, gerando radicais livres que também danificam o DNA.4

De qualquer forma, o resultado é a morte das células tumorais ou a perda da sua capacidade de se multiplicar.

 

Quais são os efeitos colaterais da radioterapia?

Apesar da sua eficácia contra diversos tipos de câncer, a radioterapia pode causar efeitos colaterais que variam de pessoa para pessoa. Esses efeitos dependem do local e do volume irradiados, dose total de radiação, fracionamento das doses, idade e condições clínicas do paciente.16

Eles podem ser classificados em dois grupos principais: agudos e tardios.16

Os efeitos colaterais agudos ocorrem durante o curso do tratamento ou nas semanas imediatamente após a sua conclusão. Em geral, são reversíveis, e incluem:16

  • irritação na pele: pode variar de vermelhidão a descamação intensa. Manter a pele hidratada e evitar exposição ao sol são medidas recomendadas para gerenciar essa condição;
  • fadiga: é um efeito frequente, que pode aumentar ao longo do tratamento. Descanso adequado, alimentação balanceada e atividades físicas leves, como caminhadas, ajudam a aliviar essa sensação de cansaço;
  • alterações no apetite e náuseas: dependendo da área tratada, especialmente se for próximo ao abdômen, o paciente pode experimentar perda de apetite ou náuseas. Manter uma dieta leve e hidratar-se bem minimiza esses sintomas.

     

Os efeitos colaterais tardios surgem meses ou até anos após o término da radioterapia e podem ser permanentes. Eles incluem:16

  • fibrose: endurecimento dos tecidos na área irradiada, o que pode limitar a mobilidade e causar desconforto. A fisioterapia ajuda a gerenciar esse efeito;
  • complicações bucais: quando estruturas da boca estão dentro do campo de irradiação, pode haver complicações como xerostomia (boca seca) e osteorradionecrose (morte óssea). O acompanhamento regular com um dentista especializado garante a prevenção e tratamento;
  • danos a órgãos próximos: dependendo da localização do tratamento, pode haver danos a órgãos como pulmões, coração, intestino ou bexiga, levando a complicações como pneumonite, cardiopatia, fibrose intestinal ou cistite.

Gerenciar os efeitos colaterais da radioterapia envolve uma combinação de cuidados médicos, suporte psicológico e estratégias para melhorar a qualidade de vida no pós-tratamento.4

 

Quem pode fazer radioterapia?

Apesar de ser um tratamento utilizado contra diversos tipos de câncer, nem todos os pacientes são elegíveis para esse procedimento.

A decisão de aplicar a radioterapia depende de uma avaliação criteriosa do estado geral de saúde do paciente, incluindo o funcionamento adequado dos órgãos vitais e a ausência de doenças crônicas graves, como problemas cardíacos ou pulmonares.17

Ademais, o tipo e estágio do câncer são determinantes, sendo a radioterapia mais indicada para tumores localizados. Como exemplo, o câncer de rim não tem bom histórico de resposta com a radioterapia.18

A idade do paciente também é um fator importante, tanto para indivíduos muito jovens quanto idosos, já que, nesses casos, o organismo pode ter maior dificuldade em lidar com os efeitos colaterais do tratamento.19

O histórico de tratamentos anteriores, como quimioterapia ou radioterapia na mesma região, também é considerado, pois caso o paciente tenha feito tratamento no mesmo local, este, não poderá receber mais radiação.20

Por fim, o estado psicológico e emocional do paciente é avaliado, pois o tratamento pode ser desgastante e requer um bom suporte emocional.4

 

Como se preparar para a radioterapia?

Primeiramente, serão necessários exames de imagem, como tomografia, para mapear a área a ser tratada. Esse exame ajuda a equipe médica a planejar o tratamento, determinando a dose exata e os locais de aplicação da radiação.21

Além dos exames, ajustes na rotina também são recomendados. Manter uma alimentação saudável e equilibrada é importante para fortalecer o organismo e melhorar a resposta ao tratamento.21

É aconselhável também evitar hábitos que possam enfraquecer o sistema imunológico, como o consumo de álcool e tabaco. Em alguns casos, o paciente pode ser orientado a suspender temporariamente o uso de certos medicamentos que possam interferir com a radioterapia.22

 

Como é feita a radioterapia?

Compreender o funcionamento da radioterapia, ajuda a reduzir a ansiedade e a se preparar melhor para o processo tão importante Podemos dividir a forma como o tratamento é realizado, em três passos.

  1. Simulação

Onde o paciente é submetido a exames de imagem magnética para determinar a localização exata do tumor e as áreas que serão irradiadas.23

Durante a simulação, a equipe médica pode marcar a pele do paciente com pequenos adesivos, garantindo que a radiação seja aplicada no local correto em cada sessão.23

  1. Planejamento do tratamento

Nesta fase, os especialistas definem a dose de radiação necessária, frequência das sessões e os ângulos e técnicas de aplicação, buscando a máxima eficiência do tratamento e minimizando danos aos tecidos saudáveis.23

Existem duas formas principais de aplicação da radioterapia para o paciente oncológico: a teleterapia e a braquiterapia.

  • teleterapia: a radiação é emitida por um aparelho externo, como uma unidade de cobalto ou acelerador linear, com a fonte de radiação posicionada a uma distância de 60 a 100 centímetros do paciente;24
    • braquiterapia: é uma técnica que envolve a irradiação interna, onde sementes radioativas são implantadas diretamente no tecido afetado pelo tumor.24

  1. Sessões de aplicação

Ocorrem geralmente cinco vezes por semana, com duração de algumas semanas. Cada sessão é breve, e o paciente precisa permanecer imóvel enquanto a radiação é direcionada ao local planejado.23

A radioterapia é indolor, permitindo que o paciente retome suas atividades normais logo após cada sessão. A equipe médica monitora o progresso do tratamento, ajustando-o conforme necessário para garantir os melhores resultados.23

Concluir um tratamento de radioterapia é uma vitória que merece ser celebrada. Cada etapa, desde a avaliação inicial até as últimas sessões, é projetada para oferecer a melhor chance de sucesso no combate ao câncer.

Juntos, vamos transformar essa fase em um passo importante para uma vida mais saudável e cheia de esperança!

Referências bibliográficas:

1.    JHAM, Bruno Correia. Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Odontologia, Minas Gerais, Brasil. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rboto/a/ymMsSN8SJnmLfyg6HyJwGVv/?lang=pt#

2.    SIMONETTI, Janete Pessuto. Universidade Estadual Paulista, São Paulo, Brazil. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rlae/a/y55TpK9hMXkWjzZnzZmsPmN/?lang=pt#&gt;

3.    Anthony L. Zietman, MD; Michelle L. DeSilvio, PhD; Jerry D. Slater, MD; et al. Comparação entre a radioterapia conformacional de dose convencional versus dose alta no adenocarcinoma localizado da próstata. Um ensaio clínico randomizado. Cancer/Radiotherapie. 2006;10(1–2):96–97. Disponível em:
<https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/201516?appId=scweb

4.    INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Radioterapia. Disponível em:
<https://www.gov.br/inca/pt-br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/…. Acesso em: 16 set. 2024.

5.    EQUIPE DE CONTEÚDO MÉDICO E EDITORIAL DA AMERICAN CANCER SOCIETY.
Radiation Basics. Disponível em:
<https://www.cancer.org/cancer/managing-cancer/treatment-types/radiation…. Acesso em: 16 set. 2024.

6.    AC Camargo. Saiba tudo sobre Radioterapia. Disponível em: https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/tratamento-oncologico/saiba-tud…. Acesso em dez. 2024.

7.    ZHANG, B.; MO, Z.; DU, W.; WANG, Y.; LIU, L.; WEI, Y. Terapia de radiação modulada por intensidade versus 2D-RT ou 3D-CRT para o tratamento de carcinoma nasofaríngeo: Uma revisão sistemática e meta-análise. Oral Oncology, v. 51, n. 11, p. 1041–1046, 2015. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S136883751500295X.

8.    HUNTE, S. O.; CLARK, C. H.; ZYUZIKOV, N.; NISBET, A. Terapia de arco modulada por volume (VMAT): uma revisão dos resultados clínicos—qual é a evidência clínica para a implementação mais eficaz? British Journal of Radiology, v. 95, n. 1136, p. 20201289, 2022. Disponível em: <https://academic.oup.com/bjr/article/95/1136/20201289/7451332

9.    ONCOVILLE. Você sabe como funciona a radiocirurgia? Oncoville, 2023. Disponível em:
<https://oncoville.com.br/noticias/voce-sabe-como-funciona-a-radiocirurg….

10.    Sociedade Brasileira de Radioterapia. Radioterapia Estereotática Fracionada Corporea ou Extracraniana. Disponível em: https://sbradioterapia.com.br/restrito/radioterapia-estereotatica-fraci…. Acesso em dez. 2024

11.    RADIOTERAPIA guiada por imagem: técnicas e controle de qualidade. Revista Brasileira de Física Médica, v. 13, n. 1, p. 99-108, 2019.
 

PP-UNP-BRA-5693 - Janeiro 2025.