Como lidar com um diagnóstico difícil
Receber um diagnóstico difícil pode afetar todos os aspectos da vida. Entenda mais, continue lendo o conteúdo.
Receber o diagnóstico de uma doença grave ou crônica, como câncer, doenças cardiovasculares ou diabetes, pode afetar todos os aspectos da vida. São vários os sentimentos que surgem em um momento como esse e que são completamente esperados, pois cada um reage de uma maneira diante de uma notícia inesperada e difícil¹.
Medo, raiva, se sentir sobrecarregado e preocupado com o futuro, com as mudanças que isso trará em sua vida, no seu trabalho, nos relacionamentos e nas atividades que você gosta são sentimentos normais que podem aflorar. Por mais difícil que seja, existem maneiras de lidar com a situação buscando uma jornada mais tranquila. Veja algumas dicas¹:
1. Busque informações sobre a sua condição de saúde. A cada consulta, esclareça suas dúvidas e preocupações, principalmente em relação às opções de tratamento. Obter informações ajudará você a lidar melhor com a situação¹.
2. Expresse seus sentimentos. Negação, medo, ansiedade e raiva são emoções normais quando recebemos um diagnóstico difícil. Dê tempo a si mesmo para processar essas emoções. Compartilhe seus sentimentos com familiares e amigos e considere procurar também ajuda profissional¹.
3. Cultive uma rede de apoio. Aceite ajuda das pessoas que se preocupam com você, pois isso contribui para navegar por momentos como esses. Ajudar nas tarefas domésticas ou preparar uma refeição também diminui a sobrecarga e o estresse sobre os cuidadores e outros membros da família. Essa rede de apoio
também pode incluir outras pessoas que têm o mesmo diagnóstico. Você pode, por exemplo, se conectar com associações de pacientes na sua região¹.
4. Priorize hábitos saudáveis. Manter um estilo de vida saudável pode melhorar o seu nível de energia. Tenha uma dieta equilibrada, faça exercícios físicos (consulte seu médico para saber quais são indicados para você), busque atividades que lhe dão prazer e não se esqueça de dedicar uma parte do seu tempo para o descanso e autocuidado¹.
5. Concentre-se no que lhe traz significado e propósito. Encontre tempo para as pessoas e atividades que são pessoalmente gratificantes e significativas. Mantenha-se conectado, ou reconecte-se, com a família e amigos, especialmente com aqueles que têm uma visão positiva e otimista da vida¹.
6. Concentre-se em suas habilidades, não em suas limitações. Tente não comparar sua situação com a forma como as coisas costumavam ser. Se antes você fazia caminhadas de uma hora, por exemplo, e agora não está mais com tanta disposição para isso, faça caminhadas curtas. Tente se adaptar às exigências de vida do momento¹.
7. Se puder, mantenha-se envolvido com o seu trabalho ou um hobbie. Isso pode ajudar a “tirar” o foco da doença¹.
O impacto na família
Não é só a pessoa que é impactada quando recebe um diagnóstico difícil e inesperado. Os membros da família também sofrem os efeitos emocionais. O sofrimento sentido pelos familiares, muitas vezes, resulta de seus sentimentos de impotência e falta de controle².
Muitas emoções diferentes podem surgir nesse momento, como culpa, raiva, preocupação, chateação, frustração, constrangimento, desespero. Cada emoção afeta os familiares de maneira diferente e em diferentes graus, muitas vezes dependendo da gravidade da doença e do período de tempo decorrido desde o diagnóstico².
A família também precisa buscar maneiras de enfrentar a nova situação e de lidar com ela. O familiar, que muitas vezes assume também o papel de cuidador, precisa manter sua integridade física e emocional para estar presente para a pessoa que está precisando do seu apoio³.
Entender os próprios sentimentos e aceitá-los pode ser o primeiro passo para a manutenção de uma boa qualidade de vida. É importante que a família e a pessoa a ser cuidada façam alguns “acordos” para garantir certa independência para ambos³.
Por isso, é importante que definam juntos quais atividades e quais decisões cada um deve tomar, desde que não prejudique os cuidados com a saúde. Negociar é a chave para se ter uma relação de qualidade entre a pessoa cuidada e seu familiar ou cuidador³.
Adotar estratégias saudáveis para o enfrentamento de um diagnóstico difícil pode tornar a jornada de tratamento mais leve. Converse com o médico para mantê-lo informado sobre suas decisões e esclarecer suas dúvidas.
Referências Bibliográficas
1. Schimming C. 8 tips for coping with a serious diagnosis [internet]. In: Mayo Clinic Health System. Rochester, MN, EUA, 2022 abr. 18. Disponível em: https://www.mayoclinichealthsystem.org/hometown-health/speaking-of-heal…. Acesso em: 2023 maio.
2. Golics CJ, Basra MK, Finlay AY, Salek S. The impact of disease on family members: a critical aspect of medical care. J R Soc Med. 2013 Oct;106(10):399-407.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Guia Prático do Cuidador. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. Disponível em:https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf. Acesso em: 2023 maio.
PP-UNP-BRA-2063 - Agosto/2023