Apneia do sono: tudo o que você precisa saber
Saiba o que é a apneia do sono, seus principais sintomas e os métodos mais eficazes de diagnóstico e tratamento para melhorar sua saúde e bem-estar.
A apneia do sono é uma característica de determinados distúrbios do sono, como a síndrome da apneia central do sono (SACS) e a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS). Dentre esses transtornos respiratórios relacionados ao sono, a SAOS é a mais comum.²
A síndrome da apneia obstrutiva do sono é considerada uma condição incapacitante associada a elevados índices de mortalidade e morbidade cardiovascular. Sua prevalência é maior em homens entre 40 e 60 anos e em pessoas com obesidade de grau III.¹
Considerando a relevância do assunto, saiba o que é a apneia do sono, seus principais sintomas e os métodos mais eficazes de diagnóstico e tratamento para melhorar sua saúde e bem-estar.
O que é apneia do sono?
A apneia é marcada por uma interrupção da passagem de ar pelas vias aéreas superiores com duração mínima de 10 segundos durante o sono. Essas pausas respiratórias ocorrem diversas vezes ao longo da noite, acarretando prejuízos à qualidade do sono.¹,²
Existem três tipos de apneia do sono:¹,²
Como a apneia do sono afeta o corpo?
A fragmentação do sono desencadeada pelas pausas respiratórias é um dos principais fatores para o desenvolvimento de complicações cardiovasculares, neurológicas e metabólicas.¹
Efeitos neurológicos
● prejuízos à qualidade do sono: cansaço independentemente da duração do sono e o impacto não é restrito só ao paciente por conta do barulho do ronco, episódios de engasgo e movimentação frequente na cama;²
● déficits cognitivos: a má qualidade do sono pode levar a déficits de memória, dificuldades de aprendizado, redução da capacidade de tomar decisões e irritabilidade, afetando a qualidade de vida e o desempenho em atividades diárias.²
Efeitos cardiovasculares
● hipertensão arterial: as pausas respiratórias repetidas causam alterações na pressão arterial, aumentando o risco de hipertensão, mesmo em pessoas sem outros fatores de risco. Cerca de 40-81% dos pacientes com SAOS apresentam HAS;¹
● arritmias cardíacas: durante os episódios de apneia, a falta de oxigênio (hipóxia) e o aumento do esforço respiratório podem levar a irregularidades no ritmo cardíaco, como bradicardia, taquicardia e outras arritmias;¹
● infarto do miocárdio e AVC: a apneia do sono aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC), devido ao aumento da agregação plaquetária e à redução da atividade fibrinolítica, que promovem a formação de coágulos. Cerca de 16% dos pacientes infartados apresentam SAOS.¹
Efeitos metabólicos
● Resistência à insulina: a apneia do sono está associada ao desenvolvimento de resistência à insulina, o que aumenta o risco de diabetes tipo 2;²
● obesidade: a resistência à insulina e a redução na secreção do hormônio de crescimento (GH) estão relacionadas ao acúmulo de gordura abdominal, um fator de risco importante para a obesidade;¹
● síndrome metabólica: pacientes com apneia do sono apresentam um risco elevado de desenvolver síndrome metabólica, que inclui obesidade central, hipertensão, dislipidemia e intolerância à glicose.¹
Quais as causas da apneia do sono?
A apneia do sono é uma doença multifatorial na qual a combinação de determinados fatores podem desencadear o aparecimento da doença:
● alterações anatômicas das vias aéreas superiores: alterações estruturais da faringe, crescimento das amígdalas e adenoides, volume anormal da língua e obstrução das vias aéreas nasais;²
● anormalidades craniofaciais: incluindo hipoplasia maxilomandibular, mordida cruzada, palato ogival e atresia da maxila;¹
● anormalidades endócrinas: condições como hipotireoidismo e acromegalia que podem afetar a estrutura e função das vias aéreas;²
● alterações funcionais: fraqueza ou falta de controle adequado dos músculos que mantêm a via aérea aberta durante o sono;¹
● condições respiratórias: podem agravar a apneia do sono, especialmente a asma e a bronquiolite.¹
Além disso, há alguns fatores de predisposição. Confira:
● obesidade;²
● sexo masculino;²
● predisposição genética.²
Quais são os sintomas da apneia do sono?
Os sintomas podem ser classificados de acordo com o período do dia:
● sintomas noturnos: roncos, pausas respiratórias, sono agitado com múltiplos despertares, noctúria e sudorese;¹ ● sintomas diurnos: sonolência excessiva, cefaleia matinal, redução de libido, sintomas depressivos e ansiedade.¹
Quando a apneia do sono é grave?
A apneia do sono é grave quando se manifesta associada a:
● sonolência excessiva e intensa;¹
● saturação de oxigênio menor que 95%;¹
● ocorrência de 40 eventos de pausa respiratória por hora;¹
● risco elevado de complicações cardiovasculares.¹
Diagnóstico da apneia do sono
● exame físico: avalia-se a morfologia craniofacial, a circunferência do pescoço, IMC e a presença de HAS;²
● polissonografia: é considerado o método padrão ouro para o diagnóstico da apneia, pois, fornece índices que documentam a gravidade. O exame é realizado monitorando uma noite de sono, que dure de 6 a 8 horas;²
● espirometria: a espirometria pode ser utilizada para avaliar a função pulmonar, especialmente se houver outras condições respiratórias coexistentes;²
● nasofaringolaringoscopia, cefalometria, tomografias computadorizadas e ressonância magnética: exames complementares, recomendados para a avaliação da via aérea superior.²
Qual o tratamento da apneia do sono?
O tratamento da apneia depende da causa dela, mas pode incluir:¹
● tratamento da obesidade;¹
● mudanças de estilo de vida e de rotina de sono;¹
● procedimentos cirúrgicos;²
● uso de aparelhos intraorais;²
● tratamentos farmacológicos.¹
Dicas para melhorar o sono
Algumas dicas podem ser adotadas para melhorar a qualidade do sono. Confira:¹
● evitar o fumo e o consumo de álcool e de bebidas com cafeína no mínimo 4 horas antes de dormir;
● evitar medicamentos sedativos do tipo hipnótico, antialérgico e anti-histamínico antes de dormir;
● evitar dormir de barriga para cima;
● evitar consumir refeições pesadas antes de dormir;
● procurar manter uma rotina de horário para dormir e acordar;
● levantar a cabeceira da cama de 15 a 20 cm.
A apneia é uma condição séria que impacta a qualidade de vida. Se não tratada, pode levar a complicações graves, como problemas cardiovasculares e distúrbios metabólicos. A orientação médica e o tratamento adequado são essenciais para garantir o bem-estar a longo prazo.
Referências Bibliográficas
1. MANCINI, M; ALOE, F; TAVARES, S. Apneia do sono em obesos. Arq. Bras. Endrocrinol Metab, vol 44 nº1, fevereiro, 2000. Disponível em: Acesso em: 31 ago.2024
2. JUNIOR, C et al. Consenso brasileiro de ronco e apneia do sono – aspectos de interesse aos ortodontistas. Dental Press J Orthod e.2 2011 Jan-Feb;16(1):34.e1-10. Disponível em:Acesso em: 31 ago.2024
PP-UNP-BRA-5690 - Outubro 2024.