Quais são os especialistas que tratam da fibrilação atrial?

A fibrilação atrial (FA) é muito conhecida e falada por um motivo simples: é a arritmia cardíaca mais comum entre nós. Ela pode apresentar sintomas que variam de palpitações a falta de ar, dor no peito e até desmaios, mas também pode ser assintomática. Tida como um grande problema de saúde mundial, a condição afeta cada vez mais pessoas no mundo e exige um acompanhamento médico qualificado. É comum então que haja o questionamento sobre o profissional mais adequado para diagnosticar e tratar esse tipo de arritmia do coração.^1,2

De uma maneira geral, a abordagem de tratamento da fibrilação atrial precisa ser integrada, com diferentes especialistas envolvidos. O planejamento terapêutico é individualizado e deve considerar há quanto tempo o paciente tem FA, quais são seus sintomas e quais as causas dos batimentos cardíacos irregulares.^1,2,3

Algumas especialidades que podem fazer parte da equipe são:²

• Cardiologista: é o médico que trata doenças do coração e será o responsável pelo diagnóstico a partir de dados da história familiar, exame clínico detalhado e eletrocardiograma, além de solicitar outros testes.⁶
• Arritmologista ou eletrofisiologista: é o especialista em arritmias cardíacas, responsável por determinar o tratamento adequado. Isso pode envolver medicamentos, ablação por cateter (cauterização dos focos das arritmias) ou a implantação de dispositivos cardíacos, como o marca-passo, por exemplo.⁶ 
• Cirurgião cardíaco: em alguns casos, a intervenção cirúrgica para corrigir o ritmo cardíaco pode ser necessária.²
• Cuidados primários: o médico especializado que terá uma visão mais abrangente da saúde do paciente, podendo coordenar o tratamento junto ao cardiologista e aos demais especialistas, caso a pessoa tenha outras condições de saúde que exijam o uso de medicamentos.^1,2
• Fisioterapeuta e terapeuta ocupacional: esses especialistas desempenham um papel importante na saúde do paciente, ajudando-o a praticar exercícios para fortalecer o coração e desempenhar outras tarefas cotidianas prejudicadas pela AF.²

É preciso entender que o diagnóstico e tratamento da fibrilação atrial têm como objetivo crucial reduzir os riscos de complicações mais sérias, como o acidente vascular cerebral (AVC, também conhecido como derrame).^3,4

Uma vez identificada a FA, paciente e profissionais de saúde devem ter como foco:⁵

• Normalizar o ritmo do coração.⁵
• Reduzir uma frequência cardíaca considerada excessivamente elevada.⁵
• Evitar a formação de coágulos sanguíneos.⁵
• Gerenciar os fatores de risco para o AVC.⁵
• Impedir problemas adicionais de ritmo cardíaco.⁵
• Prevenir insuficiência cardíaca.⁵

Gerenciamento dos fatores de risco

Além do envelhecimento e hipertensão arterial, há uma série de fatores de risco para o desenvolvimento da fibrilação atrial. Obesidade, diabetes tipo 2, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, doença cardíaca congênita, doenças pulmonares, apneia do sono e hipertireoidismo são algumas das condições que também podem contribuir para o desenvolvimento e/ou piora da AF.^1,4

Como parte da abordagem integrada de cuidados, é importante detectar e gerenciar esses fatores de risco. Sendo assim, o tratamento multidisciplinar também deve incluir profissionais como:¹

• Especialista no sono: cerca de metade dos pacientes de AF sofre de apneia do sono, uma condição que bloqueia as vias respiratórias durante o sono, levando o cérebro a acordar a pessoa para que ela reinicie a respiração. O profissional do sono ajuda a tratar dessa condição.^1,2
• Nutricionista: uma alimentação saudável é essencial para reduzir fatores de risco como obesidade, diabetes e colesterol alto.^1,2
• Especialista em saúde mental: condições crônicas de saúde, especialmente as mais sérias, contribuem para o aumento do estresse. Profissionais que ajudem a gerenciar as emoções, como psicólogos, têm um papel importante no tratamento da AF.^1,2

Hábitos saudáveis ajudam na prevenção

Arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial, podem ser prevenidas. Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), é preciso ter hábitos saudáveis e, se necessário, adotar algumas mudanças no estilo de vida. Entre elas estão:^5,6

• Manter uma alimentação saudável, reduzindo sal, gorduras trans/saturadas e colesterol.^5,6
• Monitorar a pressão alta.⁵
• Evitar o consumo excessivo de álcool e cafeína.^5,6
• Não fumar.^5,6
• Controlar o colesterol.^5,6
• Manter um peso saudável.^5,6
• Evitar estresse.⁶

A prática moderada de atividade física também é recomendada, desde que a pessoa procure antes um médico para avaliação clínica e orientação adequada. O acompanhamento regular com um cardiologista, com consultas pelo menos uma vez ao ano, também é essencial no cuidado e prevenção de doenças cardíacas.^5,6

PP-UNP-BRA-3410 – Novembro 2023