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A dermatite atópica é uma doença crônica não contagiosa, que não tem causa muito bem definida. A soma de um desequilíbrio no sistema imunológico, com fatores ambientais (calor, frio, poluição) e emocionais (estresse, ansiedade) pode levar a uma inflamação na pele, resultando em coceira intensa e lesões de pele.

O componente hereditário é um fator importante no desenvolvimento da doença. Uma criança que tem um dos pais com uma condição atópica (asma, rinite, alergia ou dermatite) tem, aproximadamente, 25% de risco de também apresentar alguma forma de doença atópica.

O impacto da doença vai muito além da coceira frequente e de lesões na pele. Pode impactar o lado emocional, afetar a vitalidade, as relações sociais e familiares. Pode impactar também economicamente, com gastos no tratamento e mudanças na vida profissional, com absenteísmo, presenteísmo e comprometimento do trabalho em geral.

De acordo com estudos, o distúrbio do sono atinge 60% das crianças com dermatite atópica, podendo chegar a 83% durante as crises da doença. Como resultado de uma noite mal dormida, as atividades do dia ficam comprometidas em razão do cansaço, causando irritabilidade e queda de rendimento escolar.

Impactos na vida social 

A dermatite atópica pode restringir ou mesmo limitar atividades habituais e laborais, afetando a vida social, acadêmica e profissional, em razão da alteração no padrão de  sono, da coceira que afeta o foco, da presença de lesões em locais aparentes e da necessidade de acompanhamento médico periódico.

As lesões na pele podem gerar transtornos de autoestima, bullying, redução da socialização e preconceito, principalmente pela falta de conhecimento sobre a doença. Dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos1 mostram que 35% dos pacientes com dermatite atópica já sofreram algum tipo de discriminação em diversos ambientes, como transporte coletivo (49%), no local de trabalho (44%) e em escolas ou faculdades (34%).

Mais da metade dos adolescentes com dermatite atópica citaram a presença de quadros de depressão durante as crises, 50% evitam aparecer em público e 36% alegam que ficam com a autoconfiança abalada.

Em pacientes adultos, o impacto também reflete na produtividade profissional. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, em 2018, com 199 pacientes adultos com dermatite atópica de moderada a grave, revelou que esses pacientes faltam cerca de 21 dias, ao ano, no trabalho.

mulher olhando

O impacto na qualidade de vida está diretamente relacionado à gravidade da doença. O estresse é um dos fatores agravantes da dermatite atópica bastante citado pelos  pacientes. Atualmente já foi comprovada a associação entre dermatite atópica e  quadros de ansiedade e depressão. Mais de 20% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave apresentam sintomas depressivos. 

Tipos de acompanhamento e tratamento

O tratamento do paciente com dermatite atópica deverá incluir uma equipe multidisciplinar, conforme necessidade, e tratamento medicamentoso e não medicamentoso. 

A equipe profissional, dependendo das outras manifestações de alergia, pode contar  com oftalmologista, pneumologista, otorrinolaringologista, nutricionista, além do  dermatologista. Outro profissional que poderá ajudá-los na caminhada para o controle  da dermatite é o psicólogo e, às vezes, até mesmo o psiquiatra. Medidas para relaxamento e meditação também podem ter benefício.

apoio familiar

Com relação ao tratamento medicamentoso o médico deverá avaliar caso a caso,  conforme idade, gravidade, tempo de alergia e outros tratamentos feitos pelo paciente.  As medicações mais utilizadas são medicamentos tópicos, que podem ser em forma de  creme ou pomada, e algumas vezes pode ser necessário medicamentos por via oral, como os remédios para diminuir a imunidade (imunossupressores). 

A relevância do apoio familiar e acompanhamento clínico

Assim como em toda doença crônica, ter uma rede de apoio é essencial. Além de familiares e amigos, é importante contar com um time multidisciplinar,  composto por médicos, psicólogos, nutricionistas, assistente social, com entendimento  em dermatite atópica e empatia para com os pacientes, para conversar, tirar dúvidas, obter informações sobre a doença e até mesmo sobre o tratamento. 

apoio familiar

Referências Bibliográfica

  1. Silverberg JI. Comorbidades e o impacto da dermatite atópica. Ann Alergia Asma Immunol. 2019 Agosto;123(2):144-151.
  2. Campos ALB, Araújo FM, Santos MAL, Santos AAS, Pires CAA. Impacto da dermatite atópica na qualidade de vida de pacientes pediátricos e seus responsáveis. Rev Paul Pediatr. 2017;35(1):5-10.
  3. Ali F, Vyas J, Finlay AY. Counting the Burden: Atopic Dermatitis and Health related Quality of Life. Acta Derm Venereol. 2020;100(12):adv00161.
  4. Drucker AM, Wang AR, Li WQ, Sevetson E, Block JK, Qureshi AA. The Burden of Atopic Dermatitis: Summary of a Report for the National Eczema Association. J Invest Dermatol. 2017;137(1):26-30.
  5. Aoki V, Lorenzini D, Orfali RL, et al. Consensus on the therapeutic management of atopic dermatitis - Brazilian Society of Dermatology. An Bras Dermatol. 2019;94(2 Suppl 1):67-75.
  6. Takaoka R, Aoki V. Education of Patients with Atopic Dermatitis and Their Caregivers. Pediatr Allergy Immunol Pulmonol. 2016;29(4):160-163.
  7. Graubard R, Perez-Sanchez A, Katta R. Estresse e Pele: Uma Visão Geral das Terapias da Mente e do Corpo como Estratégia de Tratamento em Dermatologia. Conceito de Prática Dermatol. 2021 Set 1;11(4):e2021091.
  8. Dermatite atópica: os impactos físicos e mentais da doença de pele. Viva Bem – UOL. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/reportagens-especiais/dermatite-atopica-os-impactos-fisicos-e-mentais-da-doenca-de-pele/. Acessado em 14/09/2023.

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