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Vida Acadêmica

A ausência escolar é um problema prevalente entre os pacientes adolescentes que convivem com dermatite atópica. Um estudo identificou que entre os jovens de 14 a 17 anos são registradas, em média, 7,5 crises por ano, ocasionando falta à aula de 3,5 dias em cada crise, totalizando 26 dias de aula perdidos, por período.

mulher com dermatite

O mesmo estudo mostrou que quadros de depressão estão presentes em 52% desses jovens e 39% relatam ter sido vítimas de bullying por causa da dermatite atópica em algum momento da vida. Durante as crises, metade deles se preocupa com a possibilidade de não ser bem visto em público e 36% dizem que têm a autoconfiança abalada.

Impacto na qualidade de vida 

O impacto na qualidade de vida dos adolescente com dermatite atópica é bastante importante. Assim como toda doença de pele, as lesões em locais aparentes podem  causar constrangimento, além de baixa autoestima nos pacientes e estranhamento,  afastamento e até mesmo bullying por parte das pessoas que desconhecem a dermatite  atópica. Entre os adolescentes, a não aceitação pelo grupo causa muito sofrimento. Boa  parte desse impacto poderia ser revertida através da educação sobre a dermatite,  doença inflamatória não contagiosa.  

roda de conversa

Além disso, a coceira, assim como a piora da qualidade do sono, prejudica muito o bem estar dos adolescentes. É notório que o ciclo vicioso de coceira e estresse psicológico, somado com isolamento social e ansiedade/depressão faz com que os jovens apresentem, além  da redução de sua produtividade por problemas de atenção, uma taxa de faltas na  escola e no trabalho maior que a média da população.

A prevalência de distúrbios mentais, tais como ansiedade e depressão, é maior entre  aqueles com convivem com dermatite atópica, sejam pacientes, ou cuidadores,  quando comparados à população geral. 


Sendo assim, além do tratamento tradicional comum, baseado no uso de  hidratantes e medicações específicas, é fundamental que esses pacientes tenham com  quem conversar e aprender sobre a doença e como enfrentar as limitações por ela  imposta em determinados casos. Acompanhamento por equipe multidisciplinar, sobretudo dermatologista, alergista e psicólogo, pode ser fundamental para a  melhora do paciente.  

Grupos de apoio e dicas de atividades
conversa com amigos

O autoconhecimento permite que os pacientes com dermatite atópica entendam melhor seus sintomas, bem como sua relação com a própria doença. Esse é um aprendizado necessário e transformador.

Existem grupos de apoio e programas de educação em dermatite atópica que têm como objetivo aumentar o entendimento sobre a doença, desenvolver o autoconhecimento, orientar sobre tratamentos e adesão, assim como permitir troca de informações entre  pessoas que lidam com as mesmas dificuldades diariamente. Essas atividades demonstram melhora do autocuidado, dos sintomas da doença, assim como  aumento da qualidade de vida desses pacientes e, consequentemente, das pessoas ao seu redor. 

O tratamento da dermatite atópica, assim como de muitas doenças crônicas, deve ter  como foco principal o paciente, e não a doença. Cada paciente é único. Medidas que  impactam a qualidade de vida dos pacientes com dermatite atópica, porém sem  respaldo científico, devem ser evitadas. Promover interações sociais  agradáveis, incentivar a prática de atividades físicas e extracurriculares, tais como  atividades manuais, artes, meditação, assim como o acompanhamento psicológico  individual, se necessário, são maneiras poderosas para o enfrentamento e superação dessa  doença bastante impactante na vida dos pacientes.  

Pais e familiares 

É compreensível que  os familiares busquem alternativas para que o paciente se sinta melhor, mas o  paciente deve percorrer um caminho de autoconhecimento para poder avaliar quais  são seus gatilhos, seus limites, suas prioridades.

Ouça. Entenda. Aprenda. Ajude!

Procure conhecimento através de médicos especialistas, através de grupos de apoio para pais e cuidadores ou até mesmo através de psicoterapia.

conversa com família

Referência Bibliográfica

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