Melanoma: sinais, sintomas e tratamentos do câncer de pele
Conheça os sinais, sintomas e tratamentos do melanoma, o tipo mais grave de câncer de pele. Saiba como se prevenir e a importância do diagnóstico precoce.
O que é o melanoma?
O melanoma é um tipo de câncer de pele que começa através do crescimento anormal de células com um perfil maligno. Ele se apresenta como lesões que demonstram formas assimétricas, com bordas irregulares, mudanças na cor e diâmetro¹. Esta condição vem apresentando um aumento de casos nos últimos 10 anos. No Brasil ele é o tipo de câncer mais frequente.
Quais são os tipos de melanoma?
O melanoma pode ser dividido em 4 tipos¹:
Melanoma expansivo superficial (ou de espalhamento superficial) (MES)
Este tipo de melanoma é um dos mais recorrentes (corresponde a cerca de 70% dos casos) e aparece entre os 40 e 50 anos de idade. São geralmente identificados no tronco de homens e nos membros inferiores das mulheres.
Melanoma nodular (MN)
Este é o segundo tipo mais frequente de casos (entre 15% e 30% dos casos) e acontece entre os 50 e 60 anos de idade, geralmente entre os homens. Trata-se de uma lesão elevada na pele, de cor castanha, negra ou meio azulada. Cresce verticalmente e pode, inclusive, gerar pequenos sangramentos. Pode também acontecer de gerar metástases precocemente, ou seja, o câncer pode atingir outros tecidos do corpo.
Melanoma lentiginoso acral (MLA)
Este tipo de melanoma aparece geralmente na palma das mãos e sola dos pés, envolvendo a ponta dos dedos, sob as unhas ou ao redor delas, em forma de uma pinta acastanhada, com riscos feito “estrias” ou rachaduras. Além disso, pode atingir as mucosas como boca e nariz e semimucosas como lábios e pálpebras, sendo mais frequentes em pessoas não caucasianas, ou seja, que não tenham a pele branca. O MLA tende a aparecer por volta dos 70 anos e é o tipo mais agressivo de melanoma.
Melanoma lentigo maligno (MLM)
O MLM não é muito comum (são só 5% dos casos) e mais presente em idosos. Aparece em regiões com mais exposição ao Sol. Em 90% dos casos aparece no rosto, nas mãos e membros inferiores. Ele surge como uma mancha acastanhada ou escura, com contornos bem definidos, irregulares e de tamanho aumentado.
Onde o melanoma costuma aparecer?
Conforme mencionado anteriormente, a localização do melanoma vai depender do tipo da doença. Algumas regiões que podem apresentar as lesões são:
- Tronco;
- Membros inferiores (como pés e pernas);
- Mãos;
- Coceira;
- Sensibilidade;
- Sangramento e ulceração (formação de ferida)².
Quais são os primeiros sinais do melanoma?
Sabemos que somente 30% dos casos da doença começam em alguma pinta já existente no corpo do paciente. Sua enorme maioria começa em uma pele normal, sem lesões aparentes.
A Academia Americana de Dermatologia nos ensina uma dinâmica fácil de se ter na memória para identificar os principais sinais de um melanoma, basta decorar a sequência de letras “ABCDE” que significam⁹:
Assimetria: quando uma metade da pinta é muito diferente do outro lado
Bordas: os contornos dessa pinta não são suaves
Cor: a cor de toda a lesão não é a mesma, variando entre marrom, preto, cinza, vermelho ou branco
Diâmetro: quando essa pinta tem um tamanho superior a 6 milímetros (o equivalente à ponta de uma borracha de lápis)
Evolução: essa lesão ter aparecido de uma hora para outra ou apresentar um aumento de tamanho, formato ou coloração.
Como é feito o diagnóstico de melanoma?
Por volta dos 90% dos casos de melanomas são diagnosticados como tumores primários, ou seja, sem apresentar metástase¹. Atualmente biópsia é a forma mais confiável para diagnosticar se um melanoma é benigno ou maligno⁹. A espessura do tecido retirado pode indicar se há um risco maior de células cancerosas estarem presentes perto do tumor original, além de ser uma forma de saber se de fato o melanoma está em estágio avançado ou inicial⁹.
Quando o melanoma é grave?
O melanoma pode ser dividido em 4 estágios diferentes, sendo eles⁹:
Estágio 0: quando o melanoma se concentra na camada mais superior da pele (epiderme)
Estágio 1: quando não apresenta um risco alto e não aparenta ter se espalhado para outros órgãos. Possui maior probabilidade de cura.
Estágio 2: este estágio pode demonstrar um risco maior da doença poder voltar no futuro, mas não apresenta metástase, ou seja, não se espalhou para outros órgãos
Estágio 3: quando o melanoma já se espalhou para outros tecidos ao redor
Estágio 4: quando o melanoma se espalhou para tecidos mais distantes da lesão, ou até mesmo, para órgãos internos do corpo, sendo o estágio mais grave da doença. Exemplos destes locais:
- Sola dos pés;
- Ponta dos dedos;
- Unhas;
- Boca e nariz;
- Pálpebras;
- Rosto.
O que causa o melanoma?
Estudos indicam que existem alguns fatores de risco entendidos como causa de um melanoma, são eles¹:
- Pele de coloração mais claras (tipos de pele 1 e 2 conforme a classificação de Fitzpatrick). Descubra qual a coloração da sua pele clicando aqui[1] .
- Presença de mais de 50 manchas/pintas na pele;
- Presença de manchas/pintas atípicas na pele;
- Histórico familiar;
- Exposição a raios UV (ultravioleta) principalmente durante a infância.
Quais são os sintomas de melanoma?²
Conforme mencionado anteriormente, os sinais e sintomas do melanoma incluem:
- Mudança no tamanho ou forma da pinta/mancha;
- Mudança na elevação (tornando-se saliente na pele);
- Mudança na cor;
Hyperlink para conteudo a ser criado sobre escala de Flitzpatrick.
Ao notar qualquer alteração de pele, procure o dermatologista
A detecção precoce possibilita encontrar um tumor em fase inicial, possibilitando maior chance de recuperação completa.
Como saber se o melanoma está avançado?
Sabemos que o melanoma está em estágio avançado quando o paciente se submete ao exame de biópsia e, principalmente, ao estadiamento. O estadiamento dirá se a doença se espalhou para outras partes do corpo. Se os exames indicarem que a condição do paciente já se encontra no estágio 4, conforme mencionado anteriormente, quer dizer que realmente o melanoma atingiu outros tecidos, incluindo órgãos internos. Isso caracteriza um estágio avançado da doença.
Quais são os tratamentos do melanoma?
O melanoma apresenta índices de cura altos, chegando a 95% se forem diagnosticados e tratados de forma precoce¹. Dentre os métodos disponíveis de tratamento existem:
Tratamento cirúrgico
Trata-se do procedimento de retirada completa do tecido doente ⁴. Ele pode ser feito sob a aplicação de anestesia para adormecer o local devido ao corte que será feito na região, inclusive, envolvendo uma parte da pele não afetada³,⁴. Depois disso há o fechamento da incisão, ou seja, a sutura. A maioria das medidas cirúrgicas conseguem apresentar resultados estéticos satisfatórios após o procedimento.³
Imunoterapia
Trata-se do uso de medicação que contribui para que o próprio sistema imunológico do paciente reaja às células cancerígenas para destruí-la. O interessante é que esta abordagem permite que o sistema imunológico não ataque outras células saudáveis do indivíduo⁵.
Quimioterapia
A quimioterapia (popularmente chamada de químio) no tratamento do melanoma também tem a função de “matar” as células cancerígenas. Podem ser tomados na veia ou através de comprimidos. Essa abordagem pode diminuir o tamanho do tumor⁷. Essas medicações são feitas em ciclos de tratamento, incluindo algumas pausas para recuperação do indivíduo, já que pode ser notado alguns efeitos colaterais durante o tratamento de melanoma, como perda de cabelo, feridas na boca, vômito, diarreia, entre outros.⁷
Terapia alvo⁶
A terapia alvo para melanoma tem um mecanismo de ação diferente de uma quimioterapia convencional que ataca diversas células do corpo. Essa abordagem é muito útil para os casos de mutação genética relacionada ao melanoma. Para identificar esta mutação é necessário realizar o que chamamos de “teste de biomarcadores”, que é capaz de identificar alterações no gene BRAF e MEK. Dependendo de qual alteração o paciente apresentar, é necessário administrar a terapia alvo correspondente ao inibidor de BRAF e ao inibidor de MEK.
Radioterapia
Essa abordagem de tratamento para melanoma envolve radiação para matar as células cancerígenas⁸ . Normalmente é indicada para situações em que não se pode fazer cirurgia; em caso de metástase; no pós-cirúrgico como uma tentativa de evitar a volta do câncer; como fins paliativos para diminuir ou retardar o crescimento do tumor.
Como prevenir o melanoma?
A principal forma de prevenção ao melanoma envolve os cuidados com o Sol. Confira abaixo algumas dicas práticas para o seu dia a dia que podem te ajudar⁹:
- Tome cuidado com o Sol entre às 10h e 16h;
- Não faça bronzeamento artificial;
- Opte pelo uso de bonés, chapéus, óculos escuros, blusas de manga longa e calças. Tudo que te proteja dos raios solares;
- Use protetor solar com alto fator de proteção (o que identificamos nas embalagens como FPS);
- Reaplique o protetor solar durante o dia (a cada 1 hora e meia ou até menos caso esteja em situações com água, como praias e piscina);
- Use protetor solar labial
Importante!
Lembre-se de incluir o dermatologista em suas consultas de rotina e informá-lo sobre qualquer nova mancha, pinta ou ferida. Ao ir em uma consulta, busque mostrar diversas regiões do seu corpo para que o especialista possa fazer uma avaliação mais completa.
Conclusão
O melanoma pode ser de difícil diagnóstico se nós menosprezarmos os sinais que nosso corpo nos dá, por isso, estejamos atentos! Seja em nós mesmos ou em nossos entes queridos.
Viu alguma pinta ou lesão que apresenta características diferentes das normais ou que atendam aos requisitos mencionados nesse artigo? Procure imediatamente um dermatologista! Quanto antes o melanoma for diagnosticado, maiores as chances de cura!
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Referências Bibliográficas:
- Dimatos DC, Duarte FO, Machado RS et al. Melanoma cutâneo no Brasil. Arq Catarinenses de Medicina, 38(01):14-19, 2009. MELANOMA CUTÂNEO NO BRASIL. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Jorge-Ely/publication/343838295_Skin_Melanoma_in_Brazil/links/60a7bf75a6fdcc6d6263b3de/Skin-Melanoma-in-Brazil.pdf . Acesso em 14/06/2024.
- Christos PJ, Oliveria SA, Berwick M et al. Signs and symptoms of melanoma in older population. J Clin Epidemiol, 53(10):12044-1053, 2000. Signs and symptoms of melanoma in older populations. Disponível em PII: S0895-4356(00)00224-9 (sciencedirectassets.com) . Acesso em 14/06/2024.
- NIH. Treatment of Melanoma. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2689638/ . Acesso em 14/06/2024
- American Cancer Society. Surgery for Melanoma Skin Cancer. Disponível em https://www.cancer.org/cancer/types/melanoma-skin-cancer/treating/surgery.html . Acesso em 14/06/2024
- American Cancer Society. Immunotherapy for Melanoma Skin Cancer. Disponível em https://www.cancer.org/cancer/types/melanoma-skin-cancer/treating/immunotherapy.html . Acesso em 14/06/2024.
- American Cancer Society. Targeted Therapy Drugs for Melanoma Skin Cancer. Disponível em https://www.cancer.org/cancer/types/melanoma-skin-cancer/treating/targeted-therapy.html . Acesso em 14/06/2024.
- American Cancer Society. Chemotherapy for Melanoma Skin Cancer. Disponível em https://www.cancer.org/cancer/types/melanoma-skin-cancer/treating/chemotherapy.html . Acesso em 14/06/2024.
- American Cancer Society. Radiation Therapy for Melanoma Skin Cancer. Disponível em https://www.cancer.org/cancer/types/melanoma-skin-cancer/treating/radiation-therapy.html . Acesso em 14/06/2024.
- Cleveland Clinic. Melanoma. Disponível em https://my.clevelandclinic.org/health/diseases/14391-melanoma . Acesso em 27/06/2024.
PP-UNP-BRA-5464