A importância dos anticoagulantes no tratamento da fibrilação atrial

Entre as opções de tratamento da fibrilação atrial (FA) disponíveis, os anticoagulantes costumam desempenhar um papel importante. Esses medicamentos contribuem para a prevenção dos coágulos sanguíneos, responsáveis por bloquear as artérias do cérebro e por consequência levar ao Acidente Vascular Cerebral (AVC, também conhecido como derrame).^1,2

Com o objetivo de controlar os batimentos cardíacos e prevenir coágulos sanguíneos, o tratamento da fibrilação atrial pode envolver medicamentos, como beta bloqueadores e antiarrítmicos, uma terapia chamada cardioversão, cirurgia e outros procedimentos com catéter. A abordagem dependerá de quanto tempo o paciente tem a condição, os sintomas e causas do batimento cardíaco irregular.¹ 

Caracterizada pelo ritmo de batimentos rápidos e irregulares dos átrios do coração, a FA é o subtipo mais comum de arritmia cardíaca — estima-se que seja a causa de 20% do total de AVCs isquêmicos. Enquanto em uma pessoa saudável a frequência cardíaca varia de 60 batimentos por minuto (BPM) em repouso a aproximadamente 150 BPM durante o exercício, na fibrilação atrial é possível ultrapassar os 400 BPM.^2,3

Isso ocorre porque os estímulos elétricos responsáveis pelo batimento cardíaco são disparados de diferentes pontos no coração, em vez de concentrarem-se somente no átrio direito. Os ventrículos sofrem uma sobrecarga e deixam de bombear o sangue da forma correta. É aí que surgem depósitos de sangue que aumentam o risco de formação de coágulos no coração que, ao cair na corrente sanguínea, chegam ao cérebro e causam o derrame.³

O que são os anticoagulantes?

A coagulação do sangue é um mecanismo importante do corpo, que age como um selo que impede que um machucado continue sangrando. O problema é que, quando os coágulos são muito grandes e caem na corrente sanguínea, eles podem bloquear o fluxo de sangue para os órgãos vitais, como cérebro, coração e pulmões.^4,5

Os anticoagulantes são utilizados para reduzir a capacidade de coagulação do sangue, dissolvendo aglomerações existentes e impedindo a formação de coágulos novos. Eles costumam ser prescritos pelo médico especialista para pessoas com risco de desenvolverem condições sérias e potencialmente fatais, como derrame, ataque cardíaco e embolia pulmonar.^4,5

Há diferentes tipos de anticoagulantes, que podem ser administrados de maneiras diversas, como por injeções, medicamentos intravenosos e via oral. Cabe ao médico especialista determinar e prescrever o melhor tratamento para cada paciente, considerando os objetivos e necessidades individuais.^1,4,5,6

Fatores de risco para o desenvolvimento de coágulos

Para identificar se há necessidade de indicar o uso de anticoagulante para um paciente com fibrilação atrial, os médicos utilizam uma escala para avaliar os fatores de risco. Entre os itens considerados estão:^6,7

• Insuficiência cardíaca.^6,7
• Hipertensão.^6,7
• Idade igual ou superior a 75 anos.^6,7
• Diabetes.^6,7
• Episódio anterior de AVC.^6,7
• Doença vascular (episódio anterior de ataque cardíaco, doença arterial periférica ou placa aórtica).^6,7
• Idade entre 65 e 74 anos.^6,7
• Gênero feminino.^6,7

Cada um desses itens conta com pontuações diferentes que, quando somadas, ajudam a avaliar o risco de complicação trombótica para recomendar ou descartar a prescrição de anticoagulantes.⁷

Cuidados importantes no uso de anticoagulantes

O uso de anticoagulantes exige alguns cuidados por parte do paciente. Avisar médicos e dentistas sobre o uso do medicamento, principalmente antes de iniciar novos tratamentos ou fazer algum procedimento que cause sangramento, é um exemplo. ⁶ 

Além disso, a American Heart Association lista outras situações que exigem atenção redobrada, como por exemplo a prática de esportes de contato. A entidade também destaca a importância de informar seu médico caso:⁶ 

• Sofra algum tipo de acidente.⁶
• Encontre hematomas ou bolhas de sangue no corpo com frequência.⁶ 
• Sinta-se mal, com fraqueza ou tontura.⁶ 
• Desconfie que está grávida.⁶ 
• Note urina ou fezes vermelhas, marrom-escuras ou pretas.⁶ 
• Perceba aumento no fluxo menstrual.⁶
• Observe sangramento nas gengivas.⁶ 
• Tenha dores de cabeça ou estômago que não passam.⁶ 

Apesar dos efeitos colaterais, é preciso lembrar que anticoagulantes têm o potencial de salvar vidas. Antes de iniciar o tratamento, entretanto, informe seu médico sobre outros medicamentos e suplementos que estiver usando, inclusive vitaminas.^1,5,6 

Outras opções de tratamento

Os anticoagulantes não são as únicas opções de tratamento para fibrilação atrial. O médico poderá recomendar bloqueadores beta, que ajudam a diminuir a frequência cardíaca, ou bloqueadores dos canais de cálcio, capazes de controlar a frequência cardíaca. Há também a possibilidade do profissional de saúde receitar antiarrítmicos, que controlam o ritmo cardíaco.¹ 

Além disso, o tratamento da fibrilação pode envolver outros procedimentos. Um deles é uma terapia chamada cardioversão, que serve para redefinir o ritmo cardíaco. Outras possibilidades são as intervenções cirúrgicas ou de cateter.¹ 

PP-UNP-BRA-3518 - Novembro 2024.